Chama-se Nucleoplastia Percutânea por Laser, ou também designado Neurolaser, e é uma técnica minimamente invasiva para tratamento de hérnias dos discos, na região cervical, dorsal e lombar.

Baseia-se na introdução de uma fibra ótica através de uma agulha no centro do disco intervertebral, controlo de um aparelho de RX específico para estes procedimentos, essa fibra ótica vai emitir um laser de baixa temperatura, sem lesão das estruturas adjacentes como os músculos e outras estruturas, não havendo risco de fibrose periradicular.

A hérnia surge quando o núcleo pulposo é comprimido e sai fora do anel fibroso, que ao fazer pressão sobre as raízes nervosas provoca dores por vezes muito fortes.

Quando é feito o procedimento Neurolaser, é introduzida uma agulha no núcleo pulposo (que é gelatinoso) com controle de um intensificador de imagem (uma espécie de RX ao vivo), o que permite ao médico saber exatamente onde está localizada a agulha, quando esta está no local correto, coloca-se a fibra ótica por dentro da agulha até à ponta da mesma, que através de raio laser vai provocar evaporação de parte do núcleo pulposo, criando um vácuo. O vácuo faz com que a hérnia se contraia e deixe de comprimir as raízes nervosas, aliviando a pressão e a dor.

Este tratamento é feito com uma sedação leve e com anestesia local numa sala preparada para o efeito com controlo de RX em ambulatório. Os resultados podem ser praticamente imediatos e o retorno à atividade profissional poder ser feita de forma rápida.

Esta técnica é, em muitos casos, uma alternativa à cirurgia tradicional, que é mais dispendiosa, requer internamento, poderá ter complicações pós-operatório associados e tem períodos de recuperação bastante mais longos.

Hérnia discal

A dor lombar ou “dor de costas” é um dos sintomas com maior prevalência na população. Estima-se que cerca de 80% da população mundial, pelo menos uma vez na vida, apresente queixas de dores relacionadas com a coluna. Por vezes, é suficientemente intensa e incapacitante, com importante interferência na capacidade de trabalho e qualidade de vida.

As causas potenciais desta dor são diversas, tendo em consideração os elementos ósseos (as vértebras), os discos, os nervos, os ligamentos e as articulações vertebrais

Nas hérnias discais, a dor é secundária à doença dos discos (classificada na nomenclatura médica por “protrusões”, “procidências” ou “hérnias” discais), sobretudo nos segmentos lombar e cervical da coluna vertebral.

Os discos intervertebrais são estruturas flexíveis, localizados entre os corpos das vértebras que servem como “amortecedores”, permitindo movimentos da coluna, ao mesmo tempo que ajudam a absorver os impactos mecânicos e o peso do corpo.

Os discos intervertebrais podem deformar-se saindo parcialmente comprimindo e/ou provocando inflamações nas raízes nervosas e, originar para além de dor na coluna, dor nos segmentos dependentes das estruturas nervosas, traduzidos por dor, dormência ou fraqueza muscular no braço ou na perna (vulgo dor “ciática”). Nos casos mais graves, uma hérnia do disco pode comprimir os nervos que controlam a bexiga e o intestino, resultando em incontinência urinária e perda de controlo do intestino.