Em agosto de 2014, cientistas internacionais da Escola Politécnica Federal de Zurique (EPFZ), na Suíça, conseguiram curar a artrite em ratos e anunciaram a intenção de iniciar testes em humanos. Mas, enquanto a experiência não avança, os especialistas tentam outros meios. Os progressos recentes da biotecnologia levaram à identificação de uma nova classe de fármacos, os chamados biológicos, que modificam a resposta biológica do organismo.
Estes fármacos atacam alvos específicos e bem definidos, responsáveis por processos de doença importantes, alargando, assim, o leque de possibilidades para os pacientes com artrite reumatoide, uma doença que, segundo números de 2012, afeta mais de 40 mil portugueses. Estes são alguns dos novos tratamentos que têm vindo a ser utilizados:
- Inibidores da TNF
A TNF é uma substância produzida no decurso resposta imunitária e mediador prioritário da resposta inflamatória e destrutiva da artrite). «Foram os primeiros fármacos biológicos a serem produzidos e utilizam-se já há alguns anos em todo o mundo», revela Augusto Faustino, ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, diretor clínico do Instituto Português de Reumatologia (IPR). «Está provado em inúmeros ensaios clínicos que, desde que utilizados com precaução, são seguros e permitem bloquear a progressão da doença, controlando os sintomas», conclui.
Existem três substâncias disponíveis para uso corrente, nomeadamente o infliximab (administrado por via endovenosa, implicando a deslocação ao hospital cada quatro a oito semanas), o etanercept (dado de forma subcutânea, uma ou dias vezes por semana) e o adalimumab (administrado por injecção subcutânea de caneta seringa, duas vezes por mês).
- Abatacept
Este medicamento é dirigido à fase de ativação das células T, que é o primeiro passo do processo inflamatório autoimune característico da artrite reumatoide. Tem uma excelente eficácia no controlo da dor e da progressão da doença e prolonga a melhoria dos pacientes durante um ano.
- Rituximab
Melhora os sintomas em pacientes com artrite reumatoide moderada a severa tratados previamente sem sucesso com outros fármacos biológicos, aliviando os sintomas durante mais tempo, com a administração de apenas uma dose.
Texto: Fernanda Soares com revisão científica de Augusto Faustino (ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia e diretor clínico do Instituto Português de Reumatologia)
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