Nos homens a infeção causa normalmente a inflamação da uretra, canal pelo qual passa a urina e quando não tratada, provoca inflamação nos testículos e na próstata. Nas mulheres esta infeção é responsável pela inflamação do útero e do colo do útero, elevando o risco de complicações como parto prematuro e infertilidade.

A infeção por Mycoplasma genitalium geralmente é ou seja não apresenta sintomas. Porém, podem surgir alguns sintomas uma semana após a transmissão. No homem os sintomas mais comuns são dor ou ardor ao urinar, corrimento uretral e dor ou inchaço nas articulações. Nas mulheres o sintoma mais frequente é o corrimento vaginal, contudo estas podem referir dores durante o ato sexual, prurido vaginal e desconforto pélvico.

Quando não diagnosticada e tratada atempadamente as mulheres infetadas correm o risco de desenvolver complicações, tais como, cervicite, uretrite, gravidez ectópica e doença inflamatória pélvica. Nos homens, a infeção por Mycoplasma genitalium poderá causar epididimite e prostatite. Tanto nos homens como nas mulheres poderá levar à infertilidade e à dor pélvica de longo prazo.

A infeção em simultâneo (coinfeção) com outras bactérias responsáveis pelas IST, como por exemplo C. trachomatis e N. gonorrhoeae está descrita. Assim como a sua associação com a infeção por HIV.

Na presença de sintomas o paciente deve recorrer à especialidade de Ginecologia e Urologia, para que sejam prescritos exames laboratoriais de diagnóstico da infeção e nos casos clínicos positivos iniciar a terapêutica adequada.

A identificação do Mycoplasma genitalium por exames culturais a partir de amostras de urina, exsudados vaginais (mulher) e uretrais, é pouco frequente por se tratar de uma bactéria exigente e de difícil crescimento.

Perante um resultado positivo e apesar de as complicações da infeção serem graves, quando detetado atempadamente o Mycoplasma genitalium é facilmente tratável com antibióticos.

Por Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica

Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica