De acordo com as estimativas nacionais, surgem, por ano, cerca de 12.000 novos casos de cancro da pele em Portugal. Desses, cerca de 1.000, são melanomas que provocam, em média, cerca de 250 mortos anualmente. A probabilidade de desenvolver um melanoma aumenta com a idade, embora a doença afete pessoas de todos as faixas etárias. Um melanoma é uma variante grave do cancro da pele que atinge os melanócitos, as células que dão cor à epiderme.
Se não for detetado a tempo, este cancro pode ser mortal, já que produz metástases noutros órgãos, espalhando-se através do sangue ou do sistema linfático. Aprender a preveni-lo, num país onde a exposição solar é grande ao longo de todo o ano, deve ser, assim, uma prioridade, apesar de continuarem a serem muitos os portugueses que, no seu quotidiano, mesmo nas idas à praia nos períodos de maior calor, menosprezam a proteção da pele contra os raios solares.
As causas e os sintomas mais comuns
As causas do melanoma estão identificadas. A sua origem pode ser genética, estando nesse caso ligado à história familiar do paciente, mas, em muitos casos, é ambiental. É provocado por uma exposição excessiva à radiação solar e pode ser retroativo, uma vez que, como sublinham os dermatologistas, a pele tem memória e uma queimadura solar sofrida na infância pode provocar, anos mais tarde, um melanoma na idade adulta.
Em relação aos sintomas, esta patologia pode manifestar-se num sinal antigo ou num novo, que passa a mostrar-se com alterações no tamanho, na forma ou na cor, com exsudação ou sangue, ardor, dor ao toque e/ou volume. Para além de se habituar a vigiar a sua pele em casa, o período de secagem após o banho é uma das melhores alturas para o fazer, deve fazer regularmente uma consulta de dermatologia preventiva.
Os tratamentos que os médicos lhe podem prescrever
Existem várias formas de combater um melanoma:
- Tratamento cirúrgico
Remoção cirúrgica do tumor primário, acompanhada de quimioterapia ou radioterapia.
- Terapia biológica
Também conhecida como imunoterapia, é uma técnica mais recente e tem como objetivo fazer com que o próprio organismo combata o cancro. Utilizam-se materiais como o interferão para impulsionar ou direcionar as defesas do corpo contra o tumor. Esta terapia melhora as hipóteses de cura em cerca de 10%.
Os gestos preventivos que salvam vidas
O melanoma pode ser prevenido desde a infância através de uma proteção solar adequada. As pessoas de pele muito branca, as que trabalham ao ar livre e os desportistas devem ter cuidados redobrados. Para alertar para os malefícios deste problema, em julho de 2013, o Grupo Português de Melanoma lançou um site, ainda ativo, que pretende esclarecer e sensibilizar as pessoas sobre esta doença.
Acessível em www.igpm.pt, esta página online sobre a sociedade científica disponibiliza informação essencial sobre o melanoma, dirigida a profissionais de saúde, doentes e familiares. No site do Grupo Português de Melanoma está disponível informação sobre a patologia, o seu diagnóstico, o seu tratamento, os principais fatores de risco e as melhores estratégias e recomendações de prevenção.
Através da plataforma, doentes e familiares podem também contactar a sociedade e colocar questões a especialistas de várias áreas como a dermatologia, cirurgia, anatomia-patológica e oncologia médica. O melanoma é um tumor relativamente raro, representando cerca de 10% dos cancros cutâneos, mas é responsável por 80% das mortes por este tipo de cancro. A incidência e mortalidade por melanoma têm vindo a aumentar em todo o mundo, sobretudo nas duas últimas décadas. Em Portugal, diagnosticam-se anualmente cerca de 1.000 casos.
A incidência situa-se, em média, entre os seis a oito casos por cada 100.000 habitantes. Um em cada cinco doentes com melanoma, que pode atingir qualquer grupo etário, desenvolve uma forma avançada e agressiva da doença. O melanoma aparece, de início, na pele, mas, numa fase avançada, pode tornar-se muito agressivo e atingir outros órgãos, nomeadamente os gânglios, os pulmões, o fígado e o cérebro.
A idade média de aparecimento ronda os 57 anos, sendo, no entanto, frequente abaixo dos 30, como se tem vindo a verificar nas últimas décadas. Na mulher, o melanoma tende a localizar-se sobretudo nos membros inferiores. Já no homem, a localização habitual é o tronco, "embora possa aparecer em qualquer parte do corpo", como alerta Maria José Passos, fundadora do Grupo Português de Melanoma.
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