A Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) alerta os doentes com insuficiência renal crónica para a necessidade de terem cuidado com a alimentação, e também cautela para não correrem riscos de desnutrição.
“A escolha da dieta por parte do médico é sempre feita de uma forma individualizada, pois uma boa alimentação é fundamental para reduzir as complicações no doente renal e melhorar a sua qualidade de vida”, refere Fernando Nolasco, presidente da SPN. Para os doentes com insuficiência renal crónica a dieta é uma parte fundamental do plano de tratamento, além da terapia farmacológica e dos tratamentos convencionais (diálise, hemodiálise e transplante renal).
Em Portugal, estima-se que 800 mil pessoas sofram de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação.
Todos os anos surgem mais de 2 mil novos casos de doentes em falência renal. Em Portugal existem actualmente 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca 2 mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.
Na insuficiência renal crónica, o fósforo contribui para as alterações ósseas observadas nestes doentes, pois não é eliminado de forma apropriada, acumulando-se quantidades excessivas. Por outro lado, os rins são responsáveis por activar a vitamina D essencial para que o organismo possa absorver o cálcio dos alimentos.
Quando os rins deixam de funcionar, esta vitamina não é activada e o cálcio não é absorvido. Por isso é importante reduzir a ingestão de fósforo e aumentar a ingestão de cálcio e vitamina D na sua forma activa.
O fósforo e o cálcio estão presentes sobretudo no leite e seus derivados. Por esta razão existem medicamentos que actuam corrigindo os defeitos existentes. A perda da funcionalidade dos rins faz também com que o potássio se acumule no sangue. “Quando os níveis ficam muito altos, o doente tende a sentir debilidade muscular, tremores e fadiga e pode correr risco de vida”, alerta o nefrologista.
O potássio está presente sobretudo na fruta, frutos secos e legumes. Por se tratar de um mineral solúvel em água, grande parte do potássio contido nos alimentos pode ser eliminado através de técnicas culinárias tais como a imersão ou dupla cozedura.
Na insuficiência renal a eliminação de sódio e água através da urina é reduzida. Como consequência da retenção de sódio, os doentes têm uma grande sensação de sede e a retenção de água pode dar origem ao aparecimento de edemas na pele e subida da tensão arterial.
Se esta condição não for controlada pode conduzir a situações de insuficiência cardíaca. Sal, queijo e marisco são os principais alimentos ricos em sódio.
Agradecimentos: Sociedade Portuguesa de Nefrologia
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