O Vírus do Papiloma Humano (HPV) é um vírus que infeta as células da pele ou mucosas e possui mais de 200 serotipos diferentes. A maioria dos subtipos está associada a lesões benignas, mas certos tipos são frequentemente encontrados em determinadas neoplasias de carácter maligno.
Diversos estudos revelam uma associação entre o HPV e o desenvolvimento do carcinoma do colo do útero, verrugas e outras patologias anogenitais. Torna-se então de extrema importância estudar este vírus, pois o carcinoma do colo do útero é um dos tipos de cancro que mais tem aumentado nos últimos anos. É já considerado um dos cancros mais frequentes na população feminina e o HPV é a sua principal causa visto que o vírus está presente em 99,7% dos cancros do colo do útero. É, no entanto, importante ressalvar que este cancro é dos mais preveníveis em relação a outros cancros humanos.
Os vírus de alto risco, isto é, aqueles que têm maior probabilidade de provocar lesões persistentes e estar associados a lesões pré-cancerosas são os tipos: 16 e 18 que são os mais prevalentes e os mais agressivos, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 68. Já os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (ou condilomas genitais) e papilomas laríngeos, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade, apesar de poderem igualmente ser encontrados numa pequena proporção em tumores malignos.
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Como pode ser transmitido o HPV?
O HPV é a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente. Pode infetar indivíduos de ambos os sexos, de todas as idades e etnias, independentemente da localização geográfica, infetando principalmente as áreas genitais femininas e masculinas, mas também qualquer outra região do corpo, bastando uma lesão como porta de entrada da pele ou da mucosa.
Este vírus foi já encontrado em locais como: olho, boca, faringe, vias respiratórias, ânus, reto e uretra. A infeção surge através do contacto epitelial direto (pele e mucosa) e mais raramente por via vertical, isto é, durante o parto, estando ainda também descritos alguns casos de transmissão por contacto urogenital.
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O vírus pode estar presente durante alguns anos no colo do útero sem provocar doença, pode, no entanto, levar a lesões pré-malignas que se não forem tratadas tendem a evoluir para cancro. Uma mulher infetada por HPV tem um risco 300 vezes superior, ao de uma mulher não infetada, de desenvolver cancro do colo do útero.
O preservativo não protege contra a infeção pelo HPV, mas é recomendado o seu uso, devido à eficácia na prevenção de outras infeções sexualmente transmissíveis.
Num próximo artigo abordamos a definição do cancro do colo do útero bem como os sinais e os sintomas mais frequentes do vírus do papiloma humano.
Por Germano de Sousa, Médico Especialista em Patologia Clínica
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