Trata-se de uma nova técnica para o tratamento da fibrilhação auricular, o tipo mais comum de arritmia. Este é um disturbio da frequência e do ritmo do coração caracterizado pela contracção rápida e descoordenada das auriculas e dos ventriculos.

Em Portugal, esta começou a ser aplicada com sucesso, há cerca de dois anos, pelos cardiologistas Diogo Cavaco e Pedro Adragão, membros da Associação Portuguesa de Arritmologia, Pacing e Electrofisiologia.

Esta intervenção consiste no uso de crioenergia (queimadura pelo frio) para o isolamento das veias pulmonares, em substituição da radiofrequência, um método que apresenta algumas limitações, justificando a procura de novas técnicas. O procedimento é realizado com um cateter de balão, que é introduzido pela veia femoral e depois encaminhado com controlo radiológico (fluoroscopia) até à entrada das veias pulmonares para aí ser insuflado.

A crioenergia (frio) é então aplicada através desse mesmo balão, que atinge temperaturas próximas de 40º C negativos, congelando os sectores do músculo cardíaco onde se verifica a actividade patológica. Os focos arrítmicos ficam assim isolados, diminuindo a probabilidade de ocorrência de arritmia e contribuindo para a estabilização do ritmo cardíaco.