Uma investigação conduzida no Laboratório de Exercício e Saúde da Faculdade de Motricidade Humana – Universidade Técnica de Lisboa, publicada online esta semana no American Journal of Human Biology, envolvendo 296 pessoas idosas concluiu que uma boa aptidão cardiorrespiratória e praticar atividade física de intensidade moderada ou superior diminui o risco de obesidade abdominal.

O perímetro da cintura é um importante indicador da saúde cardiovascular e metabólica. A prática regular de atividade física e uma boa aptidão cardiorrespiratória podem contribuir para a prevenção do aumento de gordura na zona abdominal.

Segundo um estudo realizado pelo Laboratório de Exercício e Saúde da Faculdade de Motricidade Humana – Universidade Técnica de Lisboa envolvendo 112 homens e 184 mulheres, com idades compreendidas entre os 65 e os 103 anos, o risco de obesidade abdominal (perímetro da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem) é reduzido em 1,3% por cada minuto de prática adicional de atividade física de intensidade pelo menos moderada, e em 0,4% por cada metro adicional percorrido no teste de 6 minutos de marcha, utilizado para a avaliação da aptidão cardiorrespiratória.

As principais conclusões do estudo desenvolvido pelos investigadores da FMH-UTL referem que, na população idosa, ser ativo e ter uma melhor aptidão cardiorrespiratória protege, de forma independente, contra o risco da obesidade abdominal e das doenças associadas. Por exemplo, uma pessoa que pratique 30 minutos por dia de atividade física de intensidade moderada ou superior reduz o risco de ter obesidade abdominal em 33%.

Estas conclusões são importantes uma vez que a prevalência da obesidade abdominal na população idosa é elevada (70% nas mulheres e 34% nos homens). No âmbito da Saúde Pública e com a finalidade de se prevenir ou reduzir a obesidade abdominal, este estudo enfatiza a necessidade de iniciativas que promovam a prática de atividade física regular e a consequente melhoria da aptidão cardiorrespiratória de pessoas mais velhas.

Mais uma vez se conclui que a atividade física tem um importante efeito profilátco na prevenção ou no tratamento de algumas doenças, tal como é o caso da obesidade abdominal. Para além do benefício direto na obesidade abdominal, a atividade física promove um bem-estar mental com relevante impacto no bem-estar diário.

Quando praticada em grupo, como é desejável nas pessoas mais velhas, a atividade física proporciona uma importante integração e interação social. Por todas estas razões de natureza fisiológica, psicológica ou social, há fundamento para que as pessoas idosas não ignorem nem seja absentistas relativamente à atividade física.

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