Sulfato de glucosamina e de condroitina. Esta expressão pode não dizer-lhe nada mas, na verdade, diz-lhe... muito!
Tratam-se de substâncias produzidas no nosso organismo essenciais para a saúde das articulações.
A primeira é um amino-monossacárido
envolvido na formação e reparação da cartilagem.
A segunda é responsável pela sua elasticidade. Ambas já foram sintetizadas e a eficácia das versões à venda nas farmácias no combate da osteoartrose (a doença reumática mais comum, caracterizada por dor, limitação de movimentos e perda progressiva de cartilagem articular) tem sido alvo da atenção de investigadores...
Há décadas que a comunidade científica analisa estas substâncias que visam actuar contra a dor, travar a destruição das articulações e contribuir para a recuperação da mobilidade. Em 2003, uma investigação analisou ensaios clínicos realizados entre 1980 e 2002 para apurar a «acção potencial
da glucosamina e da condroitina ao nível da estrutura e sintomas da osteoartrose do joelho».
Foi então apontada a sua eficácia em diversos
parâmetros, sublinhando-se a necessidade de se realizarem mais estudos que, nomeadamente, verificassem a acção estrutural da condroitina. Posteriormente, um relevante estudo ibérico
(GUIDE), conduzido junto de 318 indivíduos
com osteoartrose do joelho (a maioria mulheres), concluiu que esta patologia pode ser controlada com o recurso ao sulfato de glucosamina,
tendo sido verificado o seu efeito benéfico
ao nível da dor e função.
Dupla resistente
Em 2006, um estudo americano (GAIT) que envolveu
cerca de 1600 participantes com osteoartrose do joelho verificou que um suplemento que combina
sulfato de glucosamina e de condroitina não promovia um alívio significativo da dor em todos os pacientes. Contudo, num pequeno subgrupo de pessoas com dor moderada a severa constatar-se-ia uma redução significativa.
Um dado que, de acordo
com o responsável pela investigação, «deve ser considerado preliminar», estando neste momento a ser alvo de um estudo específico. O especialista, citado pelo National Center for Complementary and Alternative Medicine of National Institutes of Health aconselha a quem sofre desta patologia «alimentar-se bem, praticar exercício, controlar o excesso de peso e falar com o seu médico sobre as opções
terapêuticas apropriadas».
Texto: Natércia Gomes
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