1. Os canhotos ganham menos

Os esquerdinos ganham menos 10 a 12% do que os destros. Joshua Goodman, economista na Harvard Kennedy School, em Massachusetts, Estados Unidos, analisou bases de dados com mais de 47 mil cidadãos britânicos e norte-americanos para concluir que os canhotos estão em desvantagem face aos destros, em particular em relação aos rendimentos. Mas até na presidência dos Estados Unidos da América, os canhotos dominam: quatro dos últimos sete presidentes são canhotos, incluindo Barack Obama, apesar de apenas 12% da população usar maioritariamente a mão esquerda.

2. Canhotos pensam mais rápido que os destros

Um estudo sugere que os canhotos pensam mais rápido do que os destros. O estudo, publicado na revista Neuropsychology, da Associação Americana de Psicologia, indica que os canhotos são mais rápidos no processamento de múltiplos estímulos cerebrais do que os destros.

3. Canhotos são mais satisfeitos sexualmente

Canhotos até podem ganhar menos, mas de acordo com um estudo realizada pela fabricante de brinquedos eróticos Lelo, os canhotos são cinco vezes mais satisfeitos sexualmente. E os homens parecem levar a melhor nesta diferença gritante. Estudos anteriores já tinha mostrado a possibilidade dos canhotos receberem mais testosterona quando estão no útero da mãe e, portanto, tornarem-se potencialmente mais dominantes na cama. O estudo revela mesmo que 86 por cento dos canhotos estão “extremamente satisfeitos” com as suas vidas sexuais. Somente 15 por cento dos destros dizem sentir o mesmo.

4. Canhotos vivem menos

Segundo uma investigação publicada no The New England Journal of Medicine, os canhotos vivem em média nove anos a menos do que os destros. O estudo não apresentou razões conclusivas, mas os cientistas garantem que os canhotos possuem maior probabilidade para sofrerem acidentes. Dos casos estudados, 7,9% dos canhotos morreu em acidentes, o que aconteceu com apenas 1,2% dos destros.

5. Canhotos menos bem-sucedidos na escola

Joshua Goodman, professor assistente da Harvard Kennedy School, publicou um estudo que defende que os canhotos têm mais problemas de comportamento e fala. A mesma investigação indica que os canhotos americanos são 2,4% mais propensos a encerrar os estudos depois do ensino secundário. E aqueles que avançavam para o ensino superior eram 2,9% menos propensos a terminar a faculdade.

6. Ser destro ou canhoto influencia na tomada de decisões

Fatores internos e externos influenciam o modo como pensamos, sentimos, comunicamos e tomamos decisões. Um estudo publicado na revista científica Current Directions in Psychological Science diz que o corpo tem uma influência particularmente poderosa. A chamada “hipótese da especificidade do corpo”, desenvolvida pelo cientista cognitivo Daniel Casasanto, mostra que as peculiaridades do corpo afetam o pensamento de forma previsível nas mais diferentes áreas da vida. Uma das formas como o corpo parece moldar a tomada de decisão é através da lateralidade, ou seja, ser destro ou canhoto. Segundo Casasanto, ser destro ou canhoto pode influenciar os juízos sobre ideias abstratas, como valor, inteligência e honestidade. Experiências, em geral, revelam que as pessoas tendem a preferir as coisas que se encontram do mesmo lado da sua mão dominante.

7. As emoções estão invertidas no cérebro dos canhotos

Um estudo defende que os canhotos processam as emoções no lado oposto do cérebro em relação aos destros, o que poderá mudar a forma como são tratados os distúrbios mentais neste grupo da população. O estudo da The New School for Social Research, de Nova Iorque, publicado na PLoS One, mostrou que a atividade cerebral era bastante distribuída no que toca à motivação no cérebro dos canhotos. Durante vários anos, pensou-se que a motivação era sobretudo processada no lado esquerdo do cérebro.

8. Somos canhotos ou destros ainda antes de nascer

Vários estudos mostram que já somos canhotos ou destros ainda antes de nascer. A interação entre o património genético e o ambiente intrauterino determina se nascemos canhotos ou destros. Comparativamente a casais destros, casais em que um dos pais é canhoto ou os dois são canhotos têm maior probabilidade de terem um filho canhoto (2-3x e 3-4x, respetivamente). Ser destro ou canhoto depende da organização (anatómica e funcional) do nosso cérebro, esclarece Paula Moreira, Investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular, e Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

9. É um gene que influencia a lateralidade

Um estudo conduzido pelas universidades britânicas de Oxford, St. Andrews e Bristol com o instituto holandês Max Planck descobriu que o facto de uma pessoa ser destra ou canhota é genético e definido quando o indivíduo ainda é um embrião. Os cientistas sabem também que existe um gene que desempenha esse papel. A descoberta publicada no PLOS Genetics indica que o gene com maior probabilidade de ser o agente definidor dessa predileção chama-se PCSK6.

10. Os animais também são destros ou canhotos

Os animais têm a tendência para usar mais um lado específico do corpo do que o outro. Mas tudo indica que, assim como nós, os animais destros são a maioria. Investigações feitas com chimpanzés, macacos-pregos e saguis revelaram que a maioria dos indivíduos prefere usar a mão direita, afirma o neurocientista Carlos Tomaz, da Universidade de Brasília. Outro estudo publicado na revista científica Current Biology revela que os cangurus selvagens tendem a usar mais os membros esquerdos na realização de tarefas como a alimentação.