O diagnóstico das suas causas é, muitas vezes, complicado e demorado.Nem sempre há testemunhos fiáveis e a pessoa que os sofre poderá não recordar nada do episódio.

As perdas de conhecimento podem ser devidas a causas neurológicas (tais como as crises epilépticas), a causas cardíacas (síncopes) ou apenas ao vulgar desmaio (lipotimia) de natureza
vaso-vagal.

A distinção da causa exige a realização de exames complementares, como eletroencefalograma, eletrocardiograma, monitorização cardíaca prolongada, para além de uma colheita de história e exame físico cuidadosos.

Crises epilépticas

Podem surgir em qualquer idade, ao contrário da ideia comum de que é uma doença da infância, sendo cada vez mais frequente o seu início em idosos devido a doença cerebrovascular ou a síndromes demenciais.

O papel do neurologista

Existem inúmeros fármacos para tratar os diferentes tipos de epilepsia e a escolha do medicamento adequado é essencial para o controlo das crises. Alguns antiepiléticos são inadequados em certos tipos de epilepsia, daí a necessidade absoluta de diagnóstico correto do tipo de epilepsia para minorar os efeitos secundários e obter o controlo das crises.

A neurologia é a especialidade mais experiente nesse domínio podendo, nalguns casos de epilepsias resistentes à terapêutica, ser encaradas outras abordagens, como intervenções cirúrgicas ou o estimulador vagal, realizadas apenas em centros especializados.

Texto: Nazaré Tocha com Belina Nunes (médica neurologista na Clínica de Memória Drª Belina Nunes)