A pílula anticoncecional, apesar de criticada por muitos médicos e investigadores, foi uma das grandes invenções do século passado. Hoje, é tomada por milhões de mulheres, sendo um dos métodos mais eficazes para evitar uma gravidez indesejada já que inibe a ovulação. Conheça, de seguida, os vários tipos de pílulas e as suas vantagens e desvantagens, mas não se esqueça que cabe ao seu médico escolher a mais indicada para si.
Pílula combinada
Resulta da combinação de duas hormonas, o estrogénio e progestagénio. Os estrogénios são iguais em todas as pílulas, sendo a diferença entre as pílulas estabelecida pelo progestagénio assim como pela variação das doses de estrogénios, procurando-se, atualmente, prescrever aquela que tenha uma dose baixa (20-30 microgramas).
As embalagens têm 21 comprimidos, que devem ser tomados diariamente, aos quais se segue um período de descanso de sete dias. A pílula combinada pode ser monofásica ou trifásica.
Pílula monofásica
Todos os comprimidos da embalagem contêm a mesma dose de estrogénio e progestagénio. Usualmente, são a primeira opção para quem quer tomar a pílula. Como existem várias, é relativamente fácil encontrar uma à qual a mulher se adapte. Tem as desvantagens associadas ao uso de um contracetivo hormonal.
Além de dores de cabeça, pode provocar aumento de peso e a subida da pressão arterial. Tem também a desvantagem de não proteger a mulher de doenças sexualmente transmissíveis. Mas, desde que respeitadas as contraindicações, "é o método contraceptivo ideal que regulariza o ciclo, reduz as dores menstruais, previne o cancro do útero e do ovário", garante Fernando Cirurgião, ginecologista.
Pílula trifásica
Contém quantidades diferentes de estrogénio e progestagénio, em três fases distintas do mês. Atualmente, são apenas prescritas quando não se consegue um bom controlo do ciclo com as monofásicas. Os níveis de hormonas refletem mais aproximadamente as variações hormonais que acontecem no ciclo natural da mulher.
Logo, em determinados dias as doses de hormonas são mais baixas, o que diminui os efeitos colaterais. Contudo, de acordo com o especialista, "foi um regime hormonal que teve o seu tempo, tanto assim que não têm aparecido novas pílulas trifásicas, pelo que as opções são restritas", refere Fernando Cirurgião.
Mini-pílula
Este contracetivo oral contém apenas progestagénio. A embalagem tem 28 pílulas e não há interrupção entre as embalagens. Pode ser adoptada por mulheres que não podem tomar estrogénio, que estejam a amamentar ou que não tolerem bem essa hormona.
No entanto, "o facto de não ter estrogénios e ser tomada continuadamente leva a que as menstruações não sejam regulares", adverte Fernando Cirurgião. "Havendo apenas uma opção, não permite alterações de doses hormonais", esclarece ainda o especialista.
Como obter melhores resultados com a pílula
Nunca descurar a sua toma é uma das formas mais seguras de o garantir. "A eficácia contracetiva da pílula mantém-se desde que seja tomada até 12 horas depois da hora estipulada. Quando se ultrapassa este tempo, apesar de já não poder confiar nela enquanto método de prevenção de gravidez, deve-se continuar a tomar de forma a evitar o desregulamento do ciclo menstrual", aconselha Fernando Cirurgião.
Texto: Rita Caetano com Fernando Cirurgião (ginecologista)
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