A bronquiolite é uma infecção respiratória viral, sendo 50 a 90 por cento dos casos provocados pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
É uma doença contagiosa, transmitindo-se o vírus directamente por secreções contaminadas (tosse, espirro) e indirectamente pelas mãos ou utensílios contaminados. As epidemias ocorrem sobretudo entre os meses de Outubro e Março, atingindo as crianças com menos de dois anos de idade.
A bronquiolite representa um problema de saúde pública, sendo a sua prevenção fundamental, onde os fisioterapeutas têm um papel preponderante ao nível do ensino dos pais e educadores, indo de encontro ao objectivo principal do Programa Nacional de Saúde Escolar da Direcção Geral de Saúde, promover e proteger a saúde e prevenir a doença na comunidade educativa.
O ensino e informação aos pais, sobre o risco que a criança corre de contrair uma infecção das vias respiratórias, sobretudo se nasceu numa época de epidemia, se frequenta ou tem irmãos que frequentam creches, é de primordial importância na prevenção deste tipo de infecção. A promoção de regras de higiene e cuidados básicos dirigidas aos pais e educadores deverá diminuir a incidência da bronquiolite. A prevenção tem dois objectivos principais, designadamente reduzir a incidência da bronquiolite e retardar a idade da primeira infecção.
Existem várias formas de prevenirmos a bronquiolite das quais salientamos:
1. Lavagem das mãos com água e sabão
A simples lavagem das mãos com água e sabão é a primeira medida
indispensável a uma protecção eficaz, principalmente antes do contacto
com a criança. Os anti-sépticos podem ser uma alternativa.
2. Lavagem do nariz com soro fisiológico
O ensino da lavagem do nariz com soro fisiológico durante as rinofaringites também é muito importante.
3. Esterilização dos biberões
Regra de higiene simples que deve ser ensinada e à qual se deve dar atenção.
4. Lavagem frequente dos objectos e superfícies
A lavagem frequente dos brinquedos, das chuchas (que não devem ser
partilhadas), dos objectos e das superfícies é de extrema importância.
Quer em casa, quer na escola, os objectos em contacto com as crianças
devem ser diariamente desinfectados.
5. Evitar a exposição de crianças a ambientes de fumo
Existe uma correlação positiva entre a gravidade da bronquiolite e a
existência de um fumador em casa. As crianças filhas de fumadoras
apresentam uma maior incidência de infecções respiratórias e otites
crónicas.
6. Evitar o contacto da criança com familiares e amigos constipados
Esta regra torna-se mais importante ainda quando a criança é mais
pequena. Se a própria mãe ou cuidador está constipado, deverá usar
máscara que lhe cubra a boca e o nariz durante os cuidados dispensados à
criança, caso não haja uma pessoa disponível para o substituir. É
também recomendado que lugares com grande concentração de pessoas, como
transportes públicos e supermercados sejam evitados, principalmente com
crianças de risco.
7. Manter um bom nível nutricional
O aleitamento materno é de extrema importância, uma vez que o colostro e
o leite humano contêm anticorpos contra bactérias e vírus importantes
na defesa das crianças contra infecções, designadamente a bronquiolite.
8. Retardar a admissão da criança na creche pelo menos até aos 6 meses
Todas as crianças que frequentam creches ou que têm irmãos que as
frequentam têm uma probabilidade maior de contrair a doença, posto isto,
é importante diminuir o risco, sendo recomendável, em período de
epidemia, retardar a admissão da criança na creche pelo menos até aos 6
meses.
Estas são as regras base para a prevenção da bronquiolite, regras estas
que deverão ser adaptadas à realidade de cada um e utilizadas com bom
senso. Caso existam dúvidas poderá recorrer a um profissional de saúde,
nomeadamente a um fisioterapeuta que vai ajudá-la a tomar a decisão mais adequada à situação.
Para mais informações sobre esta infecção viral, clique aqui.
Texto: Inês Fiuza (fisioterapeuta, especialista em fisioterapia respiratória)
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