Manchas vermelhas na cara e no pescoço, manchas no couro cabeludo, na barriga, nas pernas. Comichão, secura extrema, escoriações, desconforto. Se o seu bebé apresenta estes sinais poderá sofrer de pele atópica. 
O que é?
Também designada por eczema atópico ou eczema infantil, caracteriza-se por uma reação de hipersensibilidade da pele (relacionada com a alergia), caracterizada por inflamação, prurido e descamação.
A dermatite atópica ocorre mais em bebés, geralmente entre o terceiro e sexto mês de vida. Pelo menos metade destes casos desaparece por volta dos 18 meses. Muitas vezes existe um antecedente familiar de asma, febre dos fenos, eczema, psoríase ou outros problemas relacionados com as alergias. 
Ocorre uma reação de hipersensibilidade (parecida com uma alergia) na pele, que causa uma inflamação crónica. A inflamação faz com que a pele fique com comichão e descamação. Não se trata de uma doença contagiosa, mas de um tipo de pele especialmente reativa a diferentes agentes ou situações que afetam apenas a criança.
A exposição a fatores irritantes (como o ambiente aquecido, secura da pele, exposição à água e stress) pode piorar os sintomas. Os primeiros sinais de eczema costumam aparecer na cara (nos bebés mais pequenos), nas mãos (quando começam a tocar em objetos ou em alimentos), na dobra do cotovelo, atrás dos joelhos, tornozelos, pulsos, na parte posterior da orelha ou no orifício dos brincos. A pele costuma estar seca aparecendo, às vezes, grânulos como a “pele de galinha” nos braços e músculos. No Verão, as lesões podem aparecer como manchas mais claras (dartros). O diagnóstico é clínico, não sendo necessária nenhuma análise de sangue.
Como tratar?
Por norma, são os pediatras e os médicos de Medicina Geral e Familiar que veem pela primeira vez os pacientes, fazem o diagnóstico e prescrevem o tratamento adequado. No entanto se os casos forem mais complicados a criança deve ser seguida por um dermatologista. 
O tratamento da dermatite depende da sua gravidade, se há uma dermatite ativa, devem ser prescritos medicamentos de ação local, como, por exemplo, os cremes à base de cortisona, ainda que existam outras formas de tratamento.
A segunda estratégia é o uso fundamental e imperioso de hidratar a pele com cremes hidratantes sem perfume e relativamente gordurosos, para tentar compensar a falha de substâncias gordas de que a pele sofre e ajudar a restaurar a barreira cutânea que se encontra deficitária. Sem esquecer que, mesmo fora das crises de agravamento, a pele continua a necessitar de cuidados diários de hidratação.

A higiene e o cuidado corporal da pele também é muito importante e para o cuidado da pele, basta observar algumas normas: 
1. Não utilizar sabão para a higiene diária, basta só com água. Nas zonas mais sujas: (genitais, pés e zonas de fricção) use produtos de limpeza suaves e água não muito quente, para não piorar o prurido.
2. Um banho emoliente – acrescentando óleos de banho na água - a 32-33º C é preferível ao duche, já que suaviza a pele, acalma a irritação e hidrata a pele, aumentando a sua flexibilidade.
3. Secar suavemente sem esfregar, mantendo um certo grau de humidade, aplicando imediatamente um creme hidratante em quantidades generosas. Às vezes  à peles que precisam de usar creme quatro a cinco vezes por dia. 
4. As unhas devem estar sempre bem curtas e limpas para evitar lesões por arranhões. 
5. Não vestir roupa muito justa, áspera ou irritante (lã, tecidos sintéticos, pele, pelo de animais). A roupa mais adequada é a de algodão, sobretudo para a roupa interior. 
6. Deve evitar agasalhar o bebé excessivamente, especialmente durante a noite. 
7. Evite ares condicionados e ambientes com grande capacidade de acumulação de pó (alcatifas, peluches ou similares). Afaste também o fumo do ambiente familiar.