Excesso de peso,
obesidade, diabetes,
colesterol elevado e
doenças cardíacas são
alguns exemplos de
problemas associados
ao consumo excessivo
de açúcar. Mas não só. «Seja o que adicionamos
a alguns alimentos ou
bebidas ou o que está
presente em alimentos
que consumimos,
o açúcar pode levar-nos a desenvolver
dependência física e
emocional», confirma
Miguel Rego,
nutricionista especialista
em obesidade.
A ingestão de açúcar
promove a libertação
de neurotransmissores
cerebrais, como
a serotonina e as
endorfinas que estão
associadas à sensações
de prazer, bem-estar e
relaxamento. «Quando
há um consumo
exagerado de alimentos
açucarados, as pessoas
podem desenvolver uma
dependência porque
procuram sempre repetir
estas sensações positivas»,
esclarece o nutricionista.
Vejamos, então, como
pode libertar-se deste
ciclo vicioso.
Liberte-se do ciclo vicioso
Estas são algumas regras que deve seguir para vencer a batalha da dependência do açúcar:
- Reduza a adição de açúcar nos alimentos e bebidas
e não o substitua por adoçantes. «É preferível ir reduzindo gradualmente a quantidade de açúcar que se junta
ao leite, café ou chá do que utilizar adoçantes e continuar a habituar o organismo
ao sabor doce», refere o nutricionista.
- Não exclua os doces completamente. Eliminar o consumo de alimentos açucarados de forma abrupta da sua
alimentação é um erro. «Essa restrição drástica só aumentará a frustração que
resultará, mais tarde ou mais cedo, numa ingestão de açúcar muito maior», alerta
Miguel Rego.
- Coma doces com conta, peso e medida. Segundo o nutricionista, o ideal é «encontrar o equilíbrio e manter
o bom senso. Um quadrado de chocolate preto, uma vez por semana, é uma
opção perfeitamente razoável», exemplifica, acrescentando que «contém um
maior teor de cacau e menos gordura» do que o chocolate de leite.
- Escolha sobremesas mais saudáveis. Opte por fruta natural ou gelatina. Para os mais gulosos, «leite creme ou aletria
caseiros (com menos adição de açúcar) são uma boa alternativa».
- Prepare snacks equilibrados. A meio da manhã ou ao lanche, coma um iogurte (com aroma ou natural, desde
que seja magro e não contenha açúcar) com fruta variada (maçã, pera, laranja,
ananás) em pedaços ou puré. «Assim, está a estimular a sensação doce a partir
de fontes mais saudáveis, ricas em proteínas, mais nutritivas e saciantes», indica
o nutricionista. «Esta combinação de alimentos é suficiente para regular os níveis
de glicemia e assim estabilizar os níveis de humor e energia», assegura.
- Combine sabores. Utilize fruta, naturalmente rica em frutose, como a maçã, a pera, o ananás
ou a laranja em pratos com carne ou peixe. «A combinação do doce com o
salgado pode ajudar a reduzir a necessidade de concentrar o sabor doce num bolo
de pastelaria ou num chocolate», explica Miguel Rego.
- Tempere pratos com malagueta. Este ingrediente é rico em capsaicina, o componente que lhe dá o sabor picante
e promove a estimulação dos mesmos centros nervosos de prazer que o açúcar,
ajudando a contrariar a necessidade de comer doces.
- Coma várias vezes ao dia. Comer a cada três horas ajuda a manter os níveis de açúcar mais
estáveis ao longo do dia e a evitar comportamentos alimentares
irregulares. «Longos períodos sem comer, levam-na a ingerir mais
alimentos açucarados e com gordura e pode provocar estados
de irritabilidade, de cansaço e até dores de cabeça», alerta o
nutricionista.
Veja na página seguinte: As boas e as más fontes de açúcar
- Pare para comer. É importante que coma de forma consciente e calmamente, sem - Escreva um diário alimentar. Registar tudo o que come pode ser uma forma de ficar consciente - Durma mais e melhor. Um sono regenerador, de sete a oito horas diárias, permite
stress, para não fazer escolhas precipitadas e degustar melhor
os alimentos. «Sem tensão, conseguimos ter uma experiência
gastronómica muito mais prazerosa», refere Miguel Rego.
do número de vezes que come doces, os locais ou circunstâncias
em que isso acontece. «Esta automonitorização vai ajudá-la a
definir estratégias para prevenir as situações que promovem o
consumo dos alimentos doces», aponta o nutricionista.
estabilizar o humor e reduzir a necessidade de ingerir bebidas
estimulantes como o café, normalmente associado ao consumo de
alimentos doces.
- Vá dar uma volta. Por vezes, o consumo de doces está associado à ansiedade e ao
stress. Quando a vontade surge, «o melhor é mudar de ambiente
e fazer uma caminhada», sugere Miguel Rego. De acordo com
o especialista, «o exercício físico regulariza o nível de açúcar
sanguíneo e produz endorfinas que substituem a sensação de
prazer e bem-estar normalmente associadas aos doces».
Boas fontes de açúcar:
- Pão escuro integral
- Massas alimentícias
- Flocos de aveia
- Maçã
- Produtos hortícolas
Más fontes de açúcar:
- Refrigerantes
- Produtos de pastelaria
- Pão branco
- Rebuçados
Está viciada em açúcar se tem de recorrer ao açúcar para travas os seguintes sintomas:
- Cansaço
- Sonolência
- Irritabilidade
- Dificuldade em concentrar-se
- Variações de humor e apetite
Texto: Sofia Cardoso com Miguel Ângelo Rego (nutricionista, lifestyle coach e blogger)
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