A obesidade que atinge as crianças portuguesas chega a alcançar nos dias de hoje proporções de certa forma assustadoras. Uma em cada três crianças portuguesas sofre de obesidade, o que coloca Portugal no segundo lugar da lista dos países europeus com maior incidência da doença.
A Itália é o país europeu com maior número de crianças obesas, com 35%. Portugal não se afasta muito deste valor, com uma taxa que ronda os 30%.
São variados os fatores que podem estar associados a obesidade infantil:
- Predisposição genética familiar;
- Obesidade materna antes da conceção;
- Orientação nutricional errada no universo escola e casa;
- Crianças que realizam pouca ou nenhuma atividade física.
Os interesses juvenis de hoje não são os mesmos de outrora: a televisão e o computador induzem o sedentarismo, conduzindo a um consumo exagerado de "snacks" (os jogos prediletos já não são ao ar livre, mas sim em frente de um computador).
Como podemos ver, as crianças estão expostas, desde muito cedo, a todo o tipo de influências, que aumentam o risco de se tornarem obesas; embora alguns fatores não possam ser alterados, julgamos que outros, através de políticas sociais corretas possam ser modificados: as entidades reguladoras devem atuar no meio sócio cultural que as envolve, implementar mais e melhor educação física e alterar muitas das refeições fornecidas nas escolas.
Se queremos alterar hábitos alimentares não podemos impor à criança um regime dietético rigoroso. A interação deverá ser feita através de um processo de empatia, interesses e dando a escolher opções saudáveis, assim atingimos os nossos objetivos.
A Idade Infantil é um ponto de partida para definirmos hábitos e vícios que nos vão acompanhar o resto da vida, mas ainda estão em falta as devidas medidas preventivas.
A Organização Mundial de Saúde avisa que mais de 75% das mortes na Europa estão relacionadas com doenças crónicas não transmissíveis que por sua vez estão relacionadas com os hábitos alimentares.
Por João Sampaio, Nutricionista
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