A importância da avaliação da composição corporal, deve-se ao facto de que o peso corporal isoladamente não pode ser considerado um bom parâmetro para a identificação do excesso ou défice dos componentes do corpo (massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa residual), nem mesmo para verificar as alterações nas quantidades proporcionais dos mesmos em decorrência de um programa de exercícios físicos e/ou dieta alimentar.
Estudos nessa área foram inicialmente realizados a partir da dissecação de cadáveres, obtendo uma relação direta entre a densidade corporal e a composição média dos diferentes tecidos (Siri, 1961). Entretanto, para fins de análise de composição corporal de atletas ou não atletas, com o objetivo de avaliar a condição física e riscos de saúde inerentes à essa composição, dividiu-se em apenas dois segmentos: Peso gordo e Peso magro. Considerando que o peso gordo refere-se ao peso total da gordura corporal, e o peso magro compreende os demais tecidos isentos de gordura.
A composição corporal varia naturalmente entre os diferentes sexos, e constitui um aspeto dinâmico dos componentes estruturais do corpo humano, além de sofrer alterações durante toda a vida em decorrência de inúmeros fatores como o a idade e o crescimento, status nutricional, nível de atividade física, etc. Chega a ser considerada como uma componente da aptidão física relacionada com a saúde, uma vez que existem inúmeras relações entre a quantidade e distribuição da gordura corporal com os níveis de aptidão física e o estado de saúde das pessoas.
Reduzir a quantidade de gordura e/ou aumentar a quantidade de massa muscular, estão entre as maiores preocupações de grande parte da população, no que diz respeito à aparência física; e esta preocupação deve ser considerada, não somente do ponto de vista estético, mas também da qualidade de vida dos indivíduos, já que o sobrepeso está associado a um grande número de doenças crónico-degenerativas e perturbações psicológicas.
No entanto, cabe salientar que o excesso de peso corporal é tão importante quanto o seu oposto, pois o excesso quase sempre se dá à custa de um grande acúmulo de gordura, e a excessiva redução do peso corporal poderá estar relacionada com quantidade muito reduzida de massa muscular e níveis de gordura abaixo do limiar da saúde, podendo induzir o organismo a uma série de complicações, relativamente à produção e à transformação de energia para a manutenção das condições vitais e para a realização das tarefas do quotidiano, infertilidade, deficiência do sistema imunitário, etc.
A adoção de hábitos alimentares saudáveis e treino da aptidão física através da prática de exercícios, promove muitos benefícios para a saúde, entre eles, o aumento da massa corporal livre de gordura e diminuição da gordura corporal, aumento da eficiência de trabalho, menor suscetibilidade de adoecer, melhoria da aparência física e, consequentemente, menor incidência de problemas de auto estima relacionados com a obesidade.
Através da avaliação da composição corporal pode-se, além de determinar os componentes do corpo humano de forma quantitativa, utilizar-se os dados dessa análise para determinar o grau de desenvolvimento e crescimento de crianças e jovens, o status dos componentes corporais de adultos e idosos, bem como prescrever dietas, programas de exercícios, e avaliar os seus resultados.
Existem várias técnicas para a determinação da composição corporal, e estes procedimentos podem ser classificados em métodos diretos, indiretos e duplamente indiretos.
- Direto: Medição direta dos tecidos. Não é aplicável a seres vivos.
- Indireto: DEXA e Pesagem Hidrostática. São os mais fiáveis, porém de difícil execução ou muito dispendiosos.
- Duplamente indireto: Impedância Bioelétrica e Antropometria. São os mais utilizados em ginásios e clínicas, devido à rapidez e relativa simplicidade.
A partir dos valores da composição corporal, ou seja Fat% (percentual de gordura), determina-se os valore da Massa gorda e Massa magra.
- Massa Gorda = Massa corporal x Fat %
- Massa Magra = Massa corporal – Massa Gorda
Pode também estimar-se o que consideramos como peso ideal teórico, mas é importante considerar que o valor obtido será um valor aproximado, e muitas vezes inferior ao alcançado quando se atinge o percentual de gordura desejado. Isto, porque o exercício físico promove, por outro lado, o aumento da massa muscular e consequentemente do peso corporal.
Uma forma de calcular o peso ideal teórico bastante utilizada é a proposta por De Rose (1984), que leva em consideração o percentual de gordura dito ideal ou desejado.
- Peso Gordo = Peso Corporal x (Fat% / 100)
- Massa Magra = Peso Corporal – Peso Gordo
- Peso Ideal Teórico = Massa Magra / 1 – (G% ideal / 100)
Comentários