- O que é saudável?
Sopas, saladas e fruta, sem dúvida. Mas é fundamental que a sopa contenha legumes variados, que não se encha a salada de maionese e a fruta de açúcar refinado. Para Maria Ana Carvalho, o primeiro pressuposto é uma alimentação completa. Um indivíduo saudável precisa, em média, de 400 a 500 calorias por refeição. No entanto, deve ter em conta a qualidade dos ingredientes e o tipo de gorduras. Por outro lado, há alimentos que são verdadeiros medicamentos que devíamos usar mais na nossa cozinha, diz a nutricionista, referindo-se ao azeite. Além das gorduras perigosas, também há que tem em conta o excesso de açúcar. Aqui é necessário reforçar a informação ao consumidor: é preciso esclarecer que os adoçantes não devem ser submetidos a altas temperaturas e que o aspartame e os edulcorantes nem sempre são a opção mais saudável. 

- Tudo pelo sabor?
Este apetite pelos genuínos sabores do mundo, que tem vindo a crescer nos últimos anos, deixa para trás os tradicionais pratos de carne/peixe. Muitas pessoas acabam por optar por alimentos que não são tão saudáveis, escolhendo os que valorizam mais, constata Paulo Alves, da Wok. Já João Marques, da Vitaminas, diz que procuramos educar o consumidor para uma alimentação equilibrada e saudável, sem impormos nada nem sermos fundamentalistas. O vegetarianismo, em particular, levanta outros problemas mais sérios, como recorda Bruno Brito, vegetariano convicto há já 13 anos. Sendo a soja a base da alimentação vegetariana, é também encarada como o combustível do futuro, juntamente com a cana-de-açúcar. E se o cultivo intensivo de soja está a destruir a floresta amazónica, é necessário encontrar outras fontes para obter este alimento.

- E os custos?
Fala-se em agricultura biológica, DOP, ingredientes de qualidade. Produtos nem sempre acessíveis à maior parte das bolsas, principalmente em épocas de contenção económica. Quem gere um restaurante tem de ser criativo para conseguir oferecer ementas originais, com qualidade e a baixo preço. Desde a associação da marca a estilos de vida saudáveis, à organização de workshops inovadores, happy hours, etc. Mas não há milagres: a qualidade paga-se, avisam os gestores dos restaurantes.