A definição de “dieta detox” refere-se a um curto período de tempo, geralmente menos do que duas semanas, em que todas as calorias consumidas são provenientes de líquidos e/ ou de outros suplementos alimentares. Prometem resultados rápidos e milagrosos e encontramos cada vez mais praticantes deste tipo de dietas com resultados visíveis.
Alguns exemplos de dietas detox bem conhecidas são a Dieta detox do limão, a dieta de desintoxicação de Martha’s Vineyard ou a limpeza de fim de semana de 48 horas do Dr. Oz. A maioria dessas dietas têm muito pouca evidência científica que suporte as suas reivindicações de desintoxicação, desinflamação ou ainda de prevenção do cancro.
Utilizam estratégias que incluem o jejum total ou parcial, alimentos funcionais, laxantes, diuréticos, multivitamínicos e outros suplementos. De forma a potenciar a perda de água ainda recorrem a tratamentos corporais e de bem-estar como massagens linfáticas ou saunas. Algumas dessas dietas são levadas ao extremo, com restrição calórica que permite apenas 400 Kcal por dia.
Com estas abordagens, é de esperar que os resultados sejam verdadeiramente rápidos e eficientes mas não são, de todo, saudáveis e muito menos deveriam ser aconselhados por profissionais de saúde.
A perda de peso que ocorre é baseada na redução significativa na ingestão calórica. Por outro lado, não é mais do que perda de massa magra/muscular, perda de água e matéria fecal quando são utilizados laxantes, diuréticos e saunas.
Por serem extremamente baixas em calorias levam a um aumento do cortisol, hormona do stress, podendo causar futuramente outros efeitos negativos como a recuperação do peso (efeito iô-iô) e a estimulação do apetite, o que pode levar posteriormente à compulsão alimentar.
Ainda provocam efeitos secundários como cansaço, dores de cabeça, náuseas, insónias ou ansiedade, que não são consequência da desintoxicação do corpo, mas sim o resultado de um défice calórico extremo. Infelizmente, equiparar comida com restrição, culpa e sacrifício provavelmente definirá uma relação problemática com a alimentação.
Como tal, não há dúvida de que hábitos saudáveis sustentados são de muito maior valor do que soluções rápidas oferecidas pelo comércio das dietas detox.
No entanto, de uma forma muito mais leve e com a duração máxima de dois a três dias, esta estratégia pode ser utilizada como forma de manutenção de peso. Por exemplo, após a quinzena de Natal e Passagem de Ano, onde culturalmente e socialmente exageramos na quantidade e qualidade das refeições, ou após um período de férias.
Nesse caso e de forma a voltar ao objectivo, podemos dar um boost no nosso organismo com o incremento de alimentos naturalmente desintoxicantes, como fruta e legumes, alimentos ricos em fibra, vitaminas e minerais.
As refeições líquidas por seu lado, para além de também ajudarem na regulação do trânsito intestinal, também darão uma ajuda extra na retenção de líquidos que naturalmente sentimos após o excesso de ingestão de hidratos de carbono.
Texto: Adriana Sales, Nutricionista Serenity Spa
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