Cada um destes macronutrientes tem funções distintas no nosso organismo e possuem valores de energia diferentes, sendo que as proteínas e hidratos de carbono fornecem 4kcal/g e as gorduras 9kcal/g.

Um grande número de “dietas” tem sido estudado na tentativa de conseguir uma perda de peso sustentável e saudável. Contudo, devido aos diferentes papéis metabólicos de cada macronutriente na homeostasia energética, dietas com uma ingestão energética semelhante mas diferente distribuição de macronutrientes, podem afetar de modo distinto o metabolismo, apetite e termogénese. A percentagem total diária recomendada de macronutrientes é: 45-65% do valor energético total em HC, 10-35% em proteína e, 20-35% em gordura.

A restrição da ingestão energética, ou seja, a contagem total de calorias, é o método mais utilizado na criação de um balanço energético negativo que leva à perda de peso.

Quando aplicado por uma população não sensibilizada, a contagem de calorias pode significar não discriminar macronutrientes e o tipo de calorias ingeridas, ou seja o que interessa é apenas a ingestão calórica total do dia e não a qualidade das calorias ingeridas.

Uma vez que uma caloria é, termodinamicamente, apenas uma caloria, este tipo de “dieta” - sem balanço de macronutrientes - leva à perda de peso, uma vez que o dispêndio energético é menor que o teor calórico da dieta, ou seja gasta-se menos do que se consome. Porém, se este tipo de alimentação não for equilibrado e for prolongado no tempo, poderá não favorecer a razão massa gorda/massa muscular, sendo possível que provoque carências de vitamínicas e de minerais que podem ter consequências na nossa saúde.

É, em contrapartida, um método simples de ser utilizado, sendo acessível a uma população mais abrangente. Desde que a distribuição de alimentos seja equilibrada e variada - incluindo todos os grupos alimentares - possibilita uma perda de peso saudável e simples, sem passar muito tempo a contar nutrientes.

Por sua vez, a contagem de macronutrientes, apesar de ultrapassar o obstáculo da qualidade calórica (uma vez que obriga à distribuição do teor energético da dieta em macronutrientes), é um método mais moroso e exigente, e quando incorretamente aplicado pode levar ao insucesso na perda de peso ou a um desequilíbrio de macronutrientes.

Este processo implica que o indivíduo tenha conhecimentos sobre o teor de macronutrientes necessários para suprir as suas necessidades diárias, esteja informado sobre a proporção de macronutrientes de cada alimento ingerido, e calcule a quantidade de alimento permitido em cada refeição (o que pode significar pesar certos alimentos). Tal pode levar ao abandono do método ou à sua incorreta aplicação.

Quando acompanhados por um profissional qualificado, os dois métodos são muito semelhantes uma vez que ambos calculam o dispêndio energético do individuo, fazem a divisão em macronutrientes (e posteriormente em alimentos) e têm em conta a variabilidade alimentar.

Uma vez que ambos podem levar a erros alimentares, e consequentes repercussões para a saúde, deve consultar um profissional qualificado para perceber qual o melhor teor calórico e proporção de alimentos para cada um.

Alzira Silva

Nutricionista Holmes Place Boavista

Bibliografia:

  • Personalized weight loss strategies-the role of macronutrient distribution.

Nat Rev Endocrinol. 2014 Dec;10(12):749-60. doi: 10.1038/nrendo.2014.175. Epub 2014 Oct 14

  • http://www.bodybuilding.com/fun/to-macro-or-not-should-you-track-your-macro-intake.html
  • Micronutrient quality of weight-loss diets that focus on macronutrients: results

 from the A TO Z study.

Am J Clin Nutr. 2010 Aug;92(2):304-12. doi: 10.3945/ajcn.2010.29468. Epub 2010 Jun 23.