Foram os primeiros navegadores portugueses que visitaram as Índias que deram o nome ao fruto da caramboleira (Averrhoa carambola), a partir do seu nome na língua maratí, falada na zona Oeste da Índia, onde era designada por «karambal».
Numa nota na história da Navegação de Linscot Hollandois, em 1610, pode mesmo ler-se que «este fruto a que os portugueses e os malabares chamam de carambola».
O fruto é comercializado entre nós pela sua popularidade no Brasil. Mas, atenção, esta árvore é verdadeiramente tropical, gosta de sol, de luz, dos dias médios e do calor, mas não suporta vento. É então, para nós, incluindo a ilha da Madeira, uma árvore de varanda luminosa. Fiquem atentos pois se a vossa varanda é pequena, ela vai invadi-la permanentemente. As folhas são persistentes, o que não quer dizer que a caramboleira seja limpa.
Esta perde as folhas quando os dias ficam com menos de 12 horas de luz ou quando lhe falta água. A carambola é sobretudo um fruto decorativo. Existem duas variedades correntes, a de fruto amarelo e a do fruto verde. O fruto amarelo é mais açucarado, o verde é mais longo e mais crocante. Pode escolher cultivar o segundo, que é raro nas grandes superfícies. Uma árvore enxertada produz frutos no ano seguinte à plantação, uma árvore a partir de semente produzira frutos após cinco anos.
São necessários dois meses e meio da flor ao fruto. Aceita bem a fertilização, contrariamente ao que se lê habitualmente, se usamos um fertilizante rico em potássio (NPK 1-1-3) terá duas épocas de colheita (em julho e em setembro), como no Equador. Uma árvore de três anos pode dar 10 quilos de frutos por ano, mais se tiverem uma varanda grande.
O fruto é bonito. Muita gente já o utiliza para decorar gelados e bolos devido à sua forma de estrela. Numa banda desenhada japonesa, o sargento Rãs tem sempre carambolas consigo, pois é alimento indispensável aos habitantes das estrelas. Conservam-se algumas semanas na árvore, ou então no frigorífico, na gaveta dos legumes.
É largamente consumido em toda o sudoeste asiático, com sal ou açúcar, cru ou cozido. Por vezes cozemo-las com peixe, como os chineses. Não convém abusar no consumo de carambolas porque estas contém ácido oxálico e os doentes insuficientes renais devem mesmo evitar. Este ácido atinge o sistema nervoso e pode provocar crises de soluços. É por isso que uma árvore é suficiente.
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