A alimentação saudável está na moda. Disto ninguém tem dúvidas. Nunca se falou tanto de comida como hoje em dia e os consumidores tornaram-se mais exigentes. Tudo isto levou a WINNING Scientific Management, uma empresa especialista em consultoria e gestão de formação, a querer saber quais são as tendências no consumo alimentar.
Para isso, inquiriu a restauração, a indústria alimentar e os consumidores, numa parceria com a Associação Portuguesa de Nutricionistas, Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e os resultados, apresentados em meados de 2016 são expressivos.
Há uma tendência para procurar alimentos saudáveis, dá-se mais importância aos rótulos e às novas tecnologias associadas à alimentação e à sustentabilidade. Além de que o marketing alimentar nunca esteve tão ativo como atualmente. Estas são as cinco tendências do momento que estão a mudar a nossa alimentação:
1. Movimento saudável
A alimentação saudável tem cada vez mais fãs e isso ficou confirmado neste estudo. Noventa e oito por cento dos inquiridos afirma ser importante o consumo de alimentos saudáveis. Há um crescente aumento de consumidores mais informados com as temáticas em torno da nutrição saudável, tal como há um grande número interessado em transformar a sua dieta, apostando mais em produtos frescos e saudáveis.
Assiste-se ainda, hoje em dia, a um maior interesse no consumo de ingredientes com características benéficas, cujos estudos comprovam a prevenção e/ou combate a determinadas doenças. E as gerações mais jovens garantem que estão dispostas a pagar mais por produtos alimentares que tenham benefícios diretos para a saúde.
2. Rotulagem
Com a crescente preocupação de fazer uma alimentação saudável, os rótulos ganharam mais importância, tanto que 73 por cento dos inquiridos diz que os leem. O Parlamento Europeu e os governos do Velho Continente estão atentos a esta tendência e, em Bruxelas, foram aprovadas novas regras de rotulagem dos alimentos, que entrarão em vigor em Portugal em definitivo partir de 13 de dezembro de 2016.
As principais novidades deste novo regulamento são a obrigatoriedade dos rótulos conterem elementos como o valor energético, as gorduras, as gorduras saturadas, os hidratos de carbono, os açúcares, as proteínas e o sal. Todos estes elementos têm de ser apresentados no mesmo campo visual e por 100 g ou por 100 ml, permitindo mais facilmente a comparação de produtos.
Veja na página seguinte: As (novas) formas de consumo high-tech
3. Consumo high-tech
Tal como em outras áreas, o consumo alimentar também passa, cada vez mais, pelas aplicações móveis e pelas novas tecnologias. Compras online, serviços de entrega e aplicativos de fidelização (gamification, como, por exemplo, os cartões de pontos) estão a transformar o acesso dos consumidores ao setor alimentar.
41% dos inquiridos estão recetivos à compra de produtos alimentares e/ou refeições através de aplicações ou navegação online. Refeições saudáveis (33%) e fast food (30%) são os tipos de refeições que os inquiridos mais compram nas plataformas online. Os canais/plataformas mais conhecidos são o Zomato (61,62%), o TripAdvisor (16,16%) e o The Fork (7,07%).
4. Segurança, sustentabilidade e responsabilidade
Nas últimas décadas, os temas sustentabilidade ambiental e responsabilidade social passrama ser amplamente discutidos em todas as esferas da sociedade. Os casos de encefalopatia espongiforme bovina (BSE), a famosa doença das vacas loucas, a par das contaminações de aves e de outros casos mediáticos, vieram chamar a atenção para a necessidade de maior controlo na produção agroalimentar e da relação desta com a poluição ambiental.
Os consumidores estão ainda atentos às certificações e posicionamento das marcas, no que respeita às questões relacionadas com a segurança e atitude responsável, não só para com os próprios, mas também para com o ambiente e com a sociedade civil.
5. Marketing alimentar
A partilha de experiência e comentários públicos nas redes digitais, está a mudar os hábitos de consumo na hotelaria, na restauração, no retalho e, consequentemente, na alimentação. Muitos consumidores verificam online informações sobre produtos e serviços antes de realizar a compra e pesquisam a experiência de outros consumidores para tomar decisões.
As redes sociais digitais possibilitam uma maior aproximação e relacionamento direto com os consumidores e permitem extrair informações estratégicas para os negócios. Na verdade, 51% dos inquiridos afirma que os canais de partilha de conhecimento e informação para a escolha de um novo restaurante a frequentar/experimentar são muito importantes. Já 96% das empresas, que consideram assumir um planeamento de fidelização e conhecimento dos seus clientes, afirma no presente conhecê-los melhor.
Texto: Rita Caetano
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