Na conferência de imprensa diária, na véspera da terceira fase de venda das 20 milhões de máscaras encomendadas, o médico adjunto da direção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng, apelou à população que evitasse uma ‘corrida’ às farmácias, cujas filas começaram a desaparecer nos últimos dias e cujo afluxo obrigou mesmo a um reforço policial.
As autoridades adiantaram também que os centros de saúde vão passar a fornecer máscaras de crianças. A cada uma delas (entre os 3 e os 5 anos) os centros de saúde podem disponibilizar um limite máximo de cinco máscaras.
A inexistência de desinfetantes nas prateleiras de farmácias e supermercados levou também o Governo a emitir com caráter de urgência licenças industriais para fábricas locais produzirem estes produtos. Na conferência de imprensa diária, as autoridades indicaram que, devido à falta de oferta no mercado, as pessoas com diabetes podem solicitar produtos desinfetantes nos centros de saúde.
Alguns dos nove infetados em Macau com o novo coronavírus chinês vão receber alta nos próximos dias, acrescentaram as autoridades de saúde do território, depois de essa possibilidade ter sido admitida no domingo pelas autoridades de saúde.
Lei Wai Seng indicou também que, nas últimas 24 horas, foram testadas 289 amostras no Laboratório de Saúde Pública, um número que mais do duplicou em relação a dias anteriores, uma vez que a despistagem foi alargada a grupos definidos como de maior risco.
No total, nas últimas semanas foram realizados 861 testes na capital mundial do jogo, cujos casinos encerraram por determinação governamental há uma semana. Dos 861 testes já foram descartados 820 casos suspeitos. Trinta e uma pessoas continuam a aguardar o resultado das análises, enquanto 27 já saíram do isolamento imposto pelas autoridades de saúde.
Uma das primeiras medidas do Governo de Macau, além de enviar milhares de alunos e funcionários públicos para casa, passou pelo racionamento de máscaras.
A epidemia provocada pelo novo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infetados, segundo o balanço hoje divulgado.
Na segunda-feira, de acordo com os dados anunciados pela Comissão Nacional de Saúde da China, registaram-se no território continental chinês 108 mortes e foram detetados 2.478 novos casos de infeção, para um total de 42.638, em especial na província de Hubei (centro), onde perto de 60 milhões de pessoas permanecem em quarentena.
O balanço é superior ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta o território de Macau e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.
Na Europa, contam-se desde segunda-feira 43 infetados, com quatro novos casos detetados no Reino Unido, onde a propagação do vírus foi declarada uma “ameaça séria e iminente para a saúde pública”.
A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.
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