25 de março de 2013 - 14h19
Portugal registou em 2012 mil novos casos de pessoas infetadas pelo VIH, um número que tem vindo a baixar gradualmente, segundo dados provisórios divulgados hoje à Lusa pelo diretor do Programa Nacional VIH/Sida.
“Os dados disponíveis nos finais de fevereiro indicavam que em 2012 teriam sido notificadas mil pessoas. Em 2011, os dados, que são mais consistentes, apontavam para 1.355 pessoas”, disse António Diniz à Lusa, à margem da II Conferência sobre a infeção VIH em grupos de difícil acesso.
António Diniz disse que é “uma descida significativa”, mas ressalvou que este número pode subir porque “vão chegar mais notificações atrasadas referentes ao ano de 2012”.
Mas, sublinhou, “estou crente que vamos verificar uma descida”.
Prevalência baixa 
O coordenador do programa nacional da Direção-Geral da Saúde adiantou que a “prevalência estimada” da doença em Portugal se situa nos 0,6 a 0,7 por cada 100 mil habitantes.
“São números que não nos colocam numa posição privilegiada no contexto europeu, mas que pretendemos baixar significativamente”, disse António Diniz.
Lembrou que um dos objetivos do Programa Nacional para o período 2012/2016 é reduzir em 25% o número de casos de infeção e baixar para metade o número de casos de sida, “a forma mais avançada de doença”.
Entre 1983 e 2013 foram notificados oficialmente como portadores da infeção VIH/sida cerca de 43 mil pessoas.
“Desse total de 43 mil, temos vindo a assistir a uma diminuição do número de pessoas que todos os anos são notificadas como sendo portadoras da infeção”, adiantou António Diniz.
Sobre o tema da conferência, infeção por VIH em grupos de difícil acesso, nomeadamente homens que fazem sexo com homens e trabalhadores sexuais, o especialista disse que a prevalência da infeção nestes grupos e populações mais vulneráveis é “francamente mais elevada” do que na população em geral.
Nesse sentido, defendeu, é necessário ter “uma atenção muito particular em relação a alguns grupos ou subpopulações, que têm um mais difícil acesso aos cuidados de saúde”.
António Diniz adiantou que “a forma mais prática, mais barata de impedir a transmissão da doença, nomeadamente por via sexual, a que predomina largamente em Portugal, é através da utilização do preservativo”.
“A segunda forma é que as pessoas que já estão infetadas saibam o mais precocemente possível o seu diagnóstico”, que lhes permite aceder aos cuidados de saúde o mais cedo possível e tornarem-se “menos um foco da transmissão da infeção”.
A terceira forma diz respeito a quem já necessita de fazer o tratamento, que constitui uma forma de diminuir a infeção.
“Quando as pessoas estão a fazer o tratamento e estão controladas, a sua possibilidade de transmissão a outra pessoa baixa significativamente”, explicou.
A luta contra esta doença tem de ser feita em conjunto com as estruturas da saúde, da comunidade, da educação e com as organizações não-governamentais, apontou.
SAPO com Lusa