Um doente com VIH/Sida de São Paulo, Brasil, pode ser a primeira pessoa a superar a doença usando apenas medicamentos e sem a necessidade de um transplante de medula óssea, de acordo com os resultados de uma investigação apresentada na terça-feira.
Os resultados, sobre os quais os próprios investigadores pedem cautela, foram revelados no âmbito da Conferência Internacional sobre Sida realizada este ano virtualmente por causa da pandemia de COVID-19.
De acordo com um artigo publicado na revista Science, o paciente tem 36 anos e faz uma combinação de antirretrovirais e nicotinamida há anos, um tratamento que foi interrompido em março de 2019. Desde então, o VIH permanece indetetável no seu corpo.
A aparente ausência de VIH sugere uma aparente remissão total da doença, embora os próprios líderes do estudo avisem que não há resultados definitivos suficientes para falar-se já em cura.
Até ao momento, sabe-se que apenas duas pessoas ficaram, de facto, curadas do vírus da Sida: Timothy Ray Brown, conhecido como "o paciente de Berlim", e Adam Castillejo, conhecido como "o paciente de Londres".
Ambos foram submetidos, como parte do tratamento a um cancro, a um transplante de medula óssea cujas células sofreram uma mutação específica, permitindo que os seus corpos criassem novos sistemas imunitários livres de VIH.
Essa mutação, chamada CCR5 delta 32, confere uma espécie de escudo contra o vírus. Apesar do sucesso desses dois casos, estas são operações muito complexas com muitos riscos para o paciente, tornando o seu uso em larga escala impraticável.
Com agências
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