6 de junho de 2014 - 14h33
Cerca de duas centenas de pessoas manifestaram-se hoje junto ao Hospital do Barreiro para exigir que sejam repostas as valências retiradas e ao mesmo tempo criticarem a portaria que reorganiza a rede hospitalar.
"As pessoas têm o direito à saúde e exigimos a reposição das valências retiradas do hospital. Exigimos também que não sejam retiradas mais de 50% das valências, conforme consta na portaria 82/2014", disse à agência Lusa António Pacheco, da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Alto Seixalinho.
A manifestação de hoje foi organizada por comissões de utentes da região e contou com o apoio de diversos autarcas.
"Surgiu em forma de portaria para fugir ao debate público e é uma machadada silenciosa no Serviço Nacional de Saúde. Por exemplo, os serviços aqui do Hospital do Barreiro estão a degradar-se cada vez mais e não é isso que nós queremos", afirmou António Pacheco.
O responsável referiu que em risco podem estar os serviços neonatologia/obstetrícia, bem como outras especialidades como a oftalmologia, otorrinolaringologia, pneumologia, cardiologia, gastroenterologia, oncologia médica ou infeciologia.
Na manifestação foi anunciado que se vai realizar uma Assembleia Municipal Extraordinária no Barreiro no dia 14 de junho para debater o tema e foi lançada uma petição com o objetivo de recolher assinaturas para levar o assunto à Assembleia da República.
Os presidentes de Câmara e os vereadores com responsabilidades na área da saúde da Península de Setúbal também já se reuniram e decidiram avançar para um protesto no dia 27 de junho, pelas 10:30 junto ao ministério da saúde, que foi hoje apoiado pelos utentes.
O Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, que serve quatro concelhos, foi classificado na nova portaria como Grupo I, com os utentes a temerem que sejam obrigados a deslocar-se para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, para terem acesso a algumas valências.
A portaria em causa visa reorganizar toda a oferta hospitalar nacional, sendo que, para os hospitais pertencentes ao Grupo I, o mais baixo do conjunto de grupos, existem valências hospitalares que apenas serão viáveis se houver um número mínimo de população servida e se existir disponibilidade de recursos humanos.
 Por Lusa