Em causa está a baixa médica de uma clínica, por "doença prolongada", que se arrasta há "dois anos e meio" e que tem impedido a substituição e um novo médico, explicou o presidente da Junta de Freguesia, José Carlos Matias.

"É um problema grave e uma falta de respeito pelos utentes da extensão de saúde, com quem estamos solidários. Há dois anos e meio que temos este problema e não é resolvido porque não há vontade política para o resolver", reforçou o autarca.

Segundo adiantou, "ao longo de mais de 20 anos, esta extensão de saúde teve sempre em permanência dois médicos".

Entretanto, uma das médicas ficou doente e "têm resolvido o problema a espaços, mas precariamente". "Vem um médico, está um mês e vai embora. Isto não é solução. Tem de se resolver o problema de fundo. Queremos é um médico aqui em permanência como sempre tivemos", acrescentou José Carlos Matias.

Utentes encaminhados para Centro de Saúde

Uma das soluções apontadas pelo Agrupamento dos Centros de Saúde do Pinhal de Litoral (ACESPL) tem sido encaminhar os utentes para o Centro de Saúde Arnaldo Sampaio, à qual pertence a extensão dos Parceiros.

"Não é solução, porque o centro de saúde está normalmente sempre cheio e dificilmente se consegue uma consulta e depois temos a falta de mobilidade. Temos que pensar que há uma faixa etária de população já com alguma idade e que não tem meios próprios de transporte e o centro de saúde está a dez quilómetros", disse.

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A porta-voz dos utentes, Cristiana Pereira, insistiu que a reivindicação é a "colocação de um médico de família a tempo inteiro, numa solução definitiva e não provisória, que é o que tem acontecido".

"Hoje existe um médico na extensão uma tarde por semana, o que não corresponde de todo às necessidades. É-nos sugerido ir para o centro de saúde dos Marrazes, o que também não é solução, porque sabemos que o centro está sempre atolado de gente e somos atendidos no serviço que é destinado a urgências", acrescentou, salientando a necessidade de um clínico que faça "acompanhamento de doenças crónicas".

Segundo Cristiana Pereira, já foi realizado um abaixo-assinado "que não deu em nada", pelo que avisa que "a população está unida e se não houver soluções" vão "voltar de novo aos protestos, se calhar com outra dimensão".

A agência Lusa tentou obter um esclarecimento junto do diretor executivo do ACESPL, mas até ao momento tal não foi possível.