"Comunicar pode ser uma dor de cabeça para os profissionais de saúde que, num mundo cada vez mais globalizado, trabalham numa realidade e numa língua diferente daquela em que se formaram. Para lhes facilitar a vida e simplificar a comunicação científica na área da saúde, a FMUC é uma das parceiras do projeto HELP2, que acaba de se iniciar, depois de ter obtido um financiamento europeu de mais de 300 mil euros", revelou hoje a Universidade de Coimbra (UC).

O projeto HELP2 (HEalthcare Language Learning Programme 2) terá uma duração de 30 meses e visa "criar e desenvolver programas de aprendizagem, na área dos cuidados de saúde, com uma linguagem uniformizada para o contexto europeu", explica Marília Dourado, professora da FMUC que lidera a equipa da UC participante no projeto.

A iniciativa, que é liderada pela Palacký University Olomouc (da República Checa), obteve um financiamento europeu de 328.982 euros, no âmbito do programa Erasmus + (ações-chave ‘Cooperação para a Inovação e o Intercâmbio de Boas Práticas' e ‘Parceria Estratégica para o Ensino Superior').

"O HELP2 vem na sequência de outro projeto igualmente financiado pela União Europeia e pretende capacitar todos os trabalhadores - médicos, enfermeiros e técnicos - e estudantes da área da saúde, para responder de forma eficaz e eficiente às necessidades criadas pelas migrações frequentes no espaço comunitário", refere Marília Dourado.

Do consórcio responsável pelo HELP2 fazem parte, além da Palacký University Olomouc e da Universidade de Coimbra, mais cinco parceiros europeus: Instituto de Monitorização de Projetos e Desenvolvimento de Competências de Rostock (Alemanha); Universidade Klaipedos (Lituânia); Universidade de Saúde Eslovaca, de Bratislava; Universidade de Medicina, Farmácia, Ciência e Tecnologia de Targu Mures (Roménia); e Universidade Médica de Varna (Bulgária).

"Falando cada um a sua língua, é difícil comunicar", refere a docente da FMUC, acrescentando que é necessário criar formas de facilitar a comunicação e partilha de conhecimento a nível continental.

Ainda segundo Marília Dourado, "isso passará pela produção de materiais escritos, sobretudo de medicina em língua inglesa, e pela realização de eventos, como conferências, ‘workshops’ e seminários, para disseminar este trabalho perante a comunidade".