Segundo comunicado da Câmara de Castro Verde, trata-se de duas medidas propostas numa reunião entre o presidente do município e o secretário de Estado Adjunto e da Saúde sobre as dificuldades financeiras da Unidade de Cuidados Continuados de Casével, situada naquele concelho do distrito de Beja e gerida pela Fundação Joaquim António Franco e seus Pais.

Através da implementação das duas medidas, refere o município, "espera-se poder ultrapassar a situação extremamente difícil" que a unidade atravessa, "assegurando a sua sustentabilidade económica e financeira e garantindo a continuidade dos serviços prestados com o nível de qualidade reconhecido por todos".

Em declarações hoje à Lusa, o diretor da Fundação Joaquim António Franco e seus Pais, Carlos Moreira, disse que as medidas "não resolvem totalmente, mas amenizam o problema da unidade", que também vai procurar "outras soluções" para se tornar sustentável.

A unidade de Casével, que presta cuidados continuados de média duração para reabilitação de doentes por um período de cerca de três meses, começou a funcionar em 2011 com "apenas" 21 camas financiadas pelo Estado, contou Carlos Moreira. A unidade "começou a funcionar mal", porque "não foi considerado o número mínimo de camas necessário para assegurar a sustentabilidade da unidade", que, por isso, "tem dado consecutivamente prejuízos anuais", lamentou.

Na reunião, que contou com a presença de responsáveis de várias entidades ligadas ao Ministério da Saúde e da fundação, foi acordado o financiamento pelo Estado, a partir de janeiro de 2017, de mais dez camas na unidade. "Passamos de 21 para 31 camas, mas ainda nos ficam a faltar cinco, porque uma unidade de cuidados continuados de média duração com menos de 36 camas não é sustentável", referiu Carlos Moreira.

Na reunião, refere o município, também foi proposto à unidade avançar com a experiência piloto de uma Unidade de Dia e de Promoção da Autonomia (UDPA) para prestar, em regime ambulatório, cuidados integrados de suporte, promoção de autonomia e apoio social a pessoas com diferentes níveis de dependência e que não reúnam condições para serem cuidadas em casa. "Aceitamos avançar com esta experiência piloto, porque somos uma unidade de referência, mas não vai ser fácil", porque o projeto é "mais vocacionado" para unidades instaladas em áreas urbanas, já que "exige deslocação diária dos utentes às unidades, o que levanta problemas de transporte" no caso de Casével e do Alentejo, disse Carlos Moreira.

Segundo a autarquia, na reunião "ficou assente" que a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo "irá, em breve, contactar a Fundação Joaquim António Franco e seus Pais no sentido de avaliar as condições concretas necessárias à consumação" das duas medidas, nomeadamente para a implementação da UDPA, como a área geográfica de influência, transportes de doentes e condições financeiras.