“Com o aumento do número de camas de quatro para oito já conseguimos albergar cerca de 50% dos doentes que são internados, mas o nosso intuito era que todos os doentes com AVC pudessem ficar na unidade”, disse à agência a sua coordenadora, Ana Gomes.

Criada em 2008, simbolicamente no Dia Nacional do Doente com AVC, a unidade de Viseu abriu com quatro camas, num distrito onde o AVC tem um grande impacto e num hospital que “chega a ultrapassar os mil internamentos por ano por AVC”.

“Em 2014, conseguimos alargar o espaço para oito camas, mas para o número de doentes que temos seria desejável termos um espaço maior. O ideal seria o dobro, para conseguirmos que todos os doentes com AVC ficassem connosco”, sublinhou.

Na mesma altura em que foi criada a Unidade de AVC, começou também a funcionar a Via Verde AVC, o que, de acordo com Ana Gomes, “tem permitido melhorias nos resultados”.

“Começámos logo desde o início a realizar a trombólise intravenosa, um tratamento que, se for realizado nas primeiras horas, pode fazer com que a pessoa consiga recuperar total ou parcialmente”, explicou.

A médica lembrou que a Unidade de AVC abrange “uma população de 300 mil habitantes, envelhecida, com as marcas da interioridade, o isolamento social e as acessibilidades reduzidas”.

Estes são fatores que podem contribuir “para que haja tantos AVC no distrito de Viseu, porque muitas vezes não há controlo adequado dos fatores de risco, as pessoas não estão avisadas dos sinais e às vezes chegam já tarde ao hospital”, acrescentou.

Segundo Ana Gomes, na impossibilidade de receber todos os doentes na unidade, é dada prioridade a casos de AVC agudo, a “doentes que estejam mais instáveis, doentes que anteriormente fossem autónomos e doentes que façam trombólise endovenosa, porque obriga a uma vigilância mais apertada”.

“Doentes que já estivessem acamados, com grande dependência prévia, acabam por ser preteridos pela necessidade de gestão de vagas”, referiu.

A unidade, que pertence ao Serviço de Medicina Interna do Hospital de S. Teotónio, tem dois especialistas fixos e “uma equipa de apoio que engloba vários internistas”, contou.

No entanto, há uma abordagem multidisciplinar, num trabalho em colaboração com outros serviços, como Neurocirurgia, Neurologia, Medicina Física e Reabilitação, Neurorradiologia, Cirurgia Vascular, Cardiologia, Medicina Intensiva e Serviço Social.

Apesar de o aniversário da Unidade de AVC de Viseu ser sábado, uma vez que se trata do fim de semana da Páscoa, apenas será comemorado na quarta-feira.

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