Em comunicado, a UMinho refere que está em desenvolvimento uma opção terapêutica constituída por cromenos sintéticos, uma família de compostos abundantes na natureza, que têm mostrado eficácia no combate à doença.
“Os cromenos naturais existem em todo o lado – raízes, vegetais, frutas, entre outros – e os nossos derivados demonstraram ter propriedades anticancerígenas potentes e seletivas, especialmente quando aplicados em células de cancro da mama triplo negativo, assim como em outros tipos de tumores”, explica Marta Costa, investigadora responsável pelo projeto e especialista em Química Medicinal.
Citada no comunicado, Marta Costa acrescenta os cromenos não revelaram toxicidade em nenhum dos testes já realizados, ou seja, atacam apenas as células cancerígenas, deixando incólumes as saudáveis.
“Foi surpreendente, porque os nossos cromenos não revelaram toxicidade em nenhum dos testes e mostraram eficácia em vários modelos animais, reduzindo consideravelmente o tamanho do tumor. Além disso, não foi detetada qualquer reação adversa”, sublinha.
Para Marta Costa, este tratamento é “uma esperança” para quem tem cancro da mama triplo negativo, uma vez que, até à data, “não existe uma terapêutica específica, nem eficaz”.
Segundo a investigadora, a quimioterapia “não tem bons resultados, porque, apesar de numa primeira fase poder ter alguns efeitos positivos, a taxa de reincidência do tumor é muito elevada e, muitas vezes, reaparece de uma forma mais severa, associada a uma alta taxa de mortalidade”.
A propriedade intelectual deste projeto está já protegida por patente internacional.
A investigação recebeu, recentemente, financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional para a Patente Internacional, também apoiada pela Associação Ciência, Inovação e Saúde (B.ACIS).
Está a ser desenvolvida pelo Instituto das Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da UMinho.
O cancro da mama triplo negativo é o subtipo mais agressivo, representando 15% a 20% de todos os tumores malignos da mama.
Este subtipo de cancro da mama não responde a terapias mais específicas, sendo a única opção a quimioterapia clássica, “com resultados muito limitados”.
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