Em dia de aniversário(s) – António Costa cumpre hoje 59 anos e a chanceler Angela Merkel celebra 66 -, o primeiro-ministro português brindou os seus homólogos europeus e os líderes das instituições com presentes ‘made in Portugal’: um conjunto de máscaras de proteção produzidas por seis empresas portuguesas e certificadas pelo centro tecnológico Citeve, dispostas em pequenas gavetas em caixas de cortiça, também elas nacionais.
Com vários padrões, incluindo galos de Barcelos, algumas das máscaras cirúrgicas são personalizadas, tendo cada chefe de Estado ou de Governo recebido máscaras brancas com o seu nome inscrito e a respetiva bandeira nacional, semelhantes àquela que o primeiro-ministro português utiliza no primeiro Conselho Europeu presencial em Bruxelas dos últimos cinco meses.
Os chefes de Estado e de Governo iniciaram hoje, em Bruxelas, a meio da manhã, uma cimeira que se prevê longa, durante a qual vão tentar chegar a um acordo sobre o plano de relançamento da economia europeia face à crise provocada pela pandemia da COVID-19.
No início dos trabalhos, Charles Michel deu as boas-vindas ao novo primeiro-ministro irlandês, Michael Martin, que se estreia em cimeiras europeias, felicitou o chefe de Governo croata, Andrej Plenkovic, pela sua recente reeleição, e deu os parabéns aos dois aniversariantes do dia, Angela Merkel e António Costa.
Naquela que é a primeira cimeira ‘física’ desde que a pandemia da COVID-19 atingiu a Europa – os 27 reuniram-se pela última vez em Bruxelas em fevereiro passado -, os líderes da UE vão tentar ‘fechar’ um compromisso em torno do plano de relançamento da economia europeia, fortemente atingida pela crise pandémica, que, segundo estimativas da Comissão Europeia, provocará este ano uma contração do Produto Interno Bruto da UE na ordem dos 8,7%.
Em cima da mesa está uma proposta formulada por Charles Michel, com base na proposta avançada pela Comissão Europeia no final de maio, de um orçamento para 2021-2027 na ordem dos 1,07 biliões de euros, associado a um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros, 500 mil milhões dos quais a serem dirigidos aos Estados-membros a fundo perdido.
Um acordo não se antevê fácil, até porque os países ‘frugais’ continuam a manifestar oposição a várias modalidades das propostas, defendendo designadamente que os apoios devem ser prestados sobretudo na forma de empréstimos e com condicionalidades estritas, sendo imprevisível até quando é que prosseguirão os trabalhos, que deverão todavia prolongar-se pelo fim de semana.
Hoje, à chegada ao Conselho, António Costa reiterou o desejo num “acordo rápido” em torno da proposta de relançamento da economia europeia, fazendo votos para que o Conselho não perca mais tempo, até porque a proposta sobre a mesa é “excelente”.
“Nós temos uma excelente proposta da Comissão. O presidente do Conselho fez um grande trabalho para acomodar as diferentes críticas dos diferentes Estados-membros. Agora, cabe ao Conselho não adiar, não perder tempo, e tomar as decisões que rapidamente são necessárias para responder àquilo que é a urgência para a economia, para o emprego, para a recuperação económica da Europa”, declarou o primeiro-ministro, que disse que Portugal está pronto a aprovar a atual proposta.
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