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Até agora os tratamentos com antirretrovirais permitem baixar a carga viral até deixar o vírus quase
22 de maio de 2013 - 10h57
Trinta anos depois da identificação do vírus do HIV por uma equipa do Instituto Pasteur, de Paris, os grandes nomes da investigação nesta área científica, reunidos desde terça-feira num colóquio internacional, abordam abertamente a questão da erradicação da doença.
O tema do simpósio não é contar a história da descoberta do vírus pela equipa chefiada por Luc Montagnier, mas detalhar os desafios no futuro: vacinas, tratamentos precoces, compreensão dos casos de remissão de longo prazo e estudar novas abordagens.
"Talvez sejamos um pouco loucos, mas esperamos ter uma vacina preventiva dentro de três, quatro, cinco, seis ou sete anos", declarou à AFP o cientista americano Robert Gallo, especialista em virologia que confirmou em 1984 a descoberta feita por Luc Montagnier.
"Fizemos enormes avanços a respeito dos anticorpos que atacam as proteínas do invólucro externo do vírus (...). Ffizemos um avanço neste campo que renova as esperanças", acrescentou.
"Temos esbarrado e continuamos a esbarrar em muitas dificuldades científicas mas, historicamente, a obstinação e a inovação científica compensam", afirma o virologista americano Anthony Fauci.
"Continuamos a fazer avanços sobre o conhecimento dos anticorpos capazes de neutralizar o HIV e o seu potencial para o desenvolvimento de uma vacina", destacou Fauci, que chefia o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, uma referência internacional na luta contra a sida.
A virologista francesa Françoise Barré-Sinoussi, do Instituto Pasteur, admite os contratempos nas pesquisas sobre as vacinas, mas afirma que eles permitem aprender.
Outro caminho para a cura
Outro eixo de investigação ganhou forma no caso das remissões do vírus mesmo depois da suspensão do tratamento, como aconteceu com 14 pacientes descritos no estudo francês Visconti. Sete anos depois da suspensão dos tratamento com antirretrovirais, continuam a com o vírus controlado.
"Os grandes centros de investigação têm muitas pistas" com os casos "excecionais" destes pacientes "tratados desde cedo" após a contração da infeção e que atualmente conseguem viver sem o tratamento, comentou Jean-François Delfraissy, diretor da Agência Nacional de Investigação sobre a Sida da França (ANRS).
O colóquio "30 anos de ciência do HIV, imagine o futuro", realizado no Instituto Pasteur de Paris, vai dedicar uma sessão às diferentes linhas de pesquisa para controlar e tratar o HIV.
Até agora os tratamentos com antirretrovirais permitem baixar a carga viral até deixar o vírus quase indetetável.
Há um outro projeto de pesquisa em curso, também promissor, para simplificar, aliviar os tratamentos e reduzir os efeitos colaterais, a partir de moléculas de ação prolongada, com as quais uma única dose por semana seria suficiente para o tratamento da infeção.
SAPO Saúde com AFP
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