A pesquisa, realizada em 75 clínicas espalhadas por países europeus, envolveu 900 casais, sendo que dois terços eram casais homossexuais. Após um ano e meio, o estudo não conseguiu detetar nenhum caso em que o parceiro infetado com HIV e que estava a tomar medicação para controlar o vírus, tenha infectado o outro parceiro.

Houve, no entanto, 11 casos em que a pessoa que não estava infetada acabou por contrair o vírus que causa SIDA.

Os investigadores revelaram que oito dos participantes que recentemente tinham contraído o vírus, admitiram ter tido relações sexuais sem proteção fora do relacionamento. Detetaram ainda que em nenhum destes casos a infeção era molecularmente correspondente à do parceiro infetado, concluindo-se que a taxa de transmissão entre casais foi zero.

No entanto, os cientistas alertam que é necessário efetuarem-se mais pesquisas, com um maior acompanhamento e maior número de casais.

No editorial que acompanhou o estudo, Eric Daar e Katya Corado, do Centro Médico Harbor-UCLA, alertam para o facto dos casais terem cautela com os resultados do estudo, assumindo que o risco de transmissão é zero.

"Para os indivíduos que pretendem fazer sexo desprotegido com um parceiro que esteja a efetuar um tratamento antirretroviral, os especialistas referem que o risco de transmissão do HIV é bastante pequeno", escreveram os cientistas.

Mas este risco não é nulo e cada pessoa deve ter consciência dos perigos que corre dado que o estudo indica que somente quem estiver a fazer o tratamento antirretroviral há pelo menos seis meses é que está mais protegido e não totalmente imune.