"Todos o que aqui estão não têm a vacina", garante Maria João Brito, diretora do serviço de infecciologia do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, citada pela CNN Portugal.
Segundo a especialista, aquela unidade recebeu nos últimos dias cinco casos de crianças que desenvolveram o chamado Síndrome Inflamatória Multissistémica, uma inflamação de todo o corpo provocada pelo SARS-CoV-2, conhecida como MIS-C. "Chegaram todas muito recentemente", acrescentou. "A doença grave na idade pediátrica é rara, mas existe", adverte.
"A vacina não protege contra a COVID-19, protege contra a doença grave e as complicações associadas à doença, como as pneumonias, a MISC-C ou a infeção do sistema nervoso central", referiu àquele meio de comunicação.
O número de infeções com COVID-19 registadas em todo o mundo atingiu hoje 300 milhões, mas os cientistas acreditam que pode ser muito maior, devido à quantidade de casos que não são notificados.
De acordo com uma contagem independente feita pela Universidade de Johns Hopkins, com dados coligidos a partir de diferentes fontes oficiais, o número de infeções com covid-19 conhecidas atingiu hoje 300.338.680.
Os dados atualizados pela Johns Hopkins revelam ainda 5.472.939 mortes com covid-19 em todo o mundo, com os Estados Unidos a liderar (833.988), seguidos pelo Brasil (619.654), Índia (483.178), Rússia (307.488) e México (299.970).
Em relação aos casos de contaminação, os Estados Unidos é o país com maior incidência, com 57,7 milhões, seguido pela Índia com 31,1 milhões, Brasil com 22,3, Reino Unido com 13,9, França com 11 e Rússia com 10,4 milhões.
Os primeiros 100 milhões de infeções em todo o mundo foram atingidos no final de janeiro de 2021, pouco mais de um ano após a doença se tornar conhecida, mas esse número duplicou em sete meses, chegando a 200 milhões no início de agosto passado.
Os cinco meses desde então para chegar a 300 milhões de casos dão uma ideia da progressão da doença, apesar das campanhas de vacinação lançadas durante o ano passado na maior parte do mundo, cujo sucesso e alcance têm sido muito desiguais.
No entanto, o número de novos casos acelerou em muitos países no último mês, devido ao aparecimento da variante Ómicron, que é muito mais contagiosa, embora menos letal, do que as mutações anteriores de covid-19.
Quanto à maior incidência de mortes em relação ao número de casos, os dados dos cientistas citam o Iémen (19,6%), Peru (8,8%), México (7,4%), Sudão (7,1%) e Equador (6,1%) como os países mais atingidos.
Dados da Universidade de Johns Hopkins estimam as doses de vacinas já administradas em todo o mundo em 9.345 milhões, com os Emirados Árabes no topo da lista com 93,43% da sua população totalmente vacinada, seguidos por países como Portugal, Chile, China, Cuba, Singapura, Camboja, Espanha e Malásia com 80% ou mais das pessoas vacinadas.
A maior parte do grupo de menor vacinação, abaixo de 10% da população, além de integrar países como Afeganistão ou Síria, é formada principalmente por nações africanas pobres, como Guiné, Costa do Marfim, Quénia, Gabão, Gana, República Central Africana, Zâmbia, Senegal, Somália, Serra Leoa, Níger, Burkina Faso, Uganda, Sudão, Camarões ou Tanzânia.
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