A bactéria carbapenem-resistant enterobacteriaceae, conhecida simplesmente como CRE, está a alarmar a comunidade médica nos Estados Unidos e a alastrar-se de uma forma nunca antes vista, escreve a CNN.

As estatísticas apontam para que a bactéria, descrita como resistente e perigosa, seja responsável por 9.300 infeções e 600 mortes por ano só nos Estados Unidos. A maioria das infeções acontece em ambiente hospitalar.

Segundo um estudo médico revelado esta segunda-feira (17/01) nos Estados Unidos pela revista médica Proceedings of the National Academy of Sciences, a transmissão da bactéria CRE de pessoa para pessoa está a acontecer muito rapidamente, perante a impassividade das autoridades de saúde.

Esta superbactéria é mais resistente aos antibióticos do que outras bactérias da mesma família, salientam os investigadores da Escola de Medicina e Saúde Pública de Harvard.

"Embora o foco típico tenha sido no tratamento de pacientes doentes com infeções relacionadas à CRE, as nossas investigações sugerem que a CRE está a espalhar-se além dos casos óbvios de doença", revela William Hanage, um dos responsáveis pelo estudo.

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"Precisamos de olhar mais atentamente para este tipo de transmissão dentro das nossas comunidades e instalações de saúde se quisermos eliminá-la", acrescenta.

"Muitas vezes falamos sobre a crescente onda de resistência aos antibióticos em termos apocalípticos, mas devemos sempre lembrar que as pessoas que estão em maior risco são aquelas que estão em risco de desenvolver qualquer outro tipo de infeção", explica ainda o cientista à CNN.

Na semana passada, uma mulher de 70 anos morreu no estado do Nevada depois de ser infetada por esta bactéria. A infeção foi combatida com recurso aos 26 tipos de antibióticos disponíveis nos Estados Unidos, mas nenhum surtiu efeito.

Estima-se que em 2050 cerca de 10 milhões de pessoas possam morrer vítimas de superbactérias resistentes a antibióticos.