8 de novembro de 2013 - 09h05
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, José Carlos Martins, disse à Lusa que a greve de hoje na Função Pública contra o agravamento da austeridade está a registar uma adesão de 76,2% no setor.
Segundo o dirigente sindical, numa ronda efetuada por 59 hospitais, verificou-se que a adesão no turno da noite varia entre os 44,7% no Hospital de Vila Franca de Xira e os 100% no IPO de Coimbra e no Hospital do Outão, em Setúbal.
“A adesão maior está a registar-se no distrito de Setúbal”, sublinhou José Carlos Martins, admitindo que a greve possa vir a ter “um impacto relevante” para os utentes dos serviços de saúde.
Em declarações à Lusa, a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, referiu que no setor da saúde e no que diz respeito aos enfermeiros, por exemplo no hospital de Santa Marta, em Lisboa, a adesão é de 90% e no Hospital de Lamego de 80%, segundo dados da Frente Comum.
Na zona norte do país, o Hospital de Santo António, no Porto, registou uma adesão de 90%, o Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, 83%, o Hospital padre Américo, Penafiel, 60% e o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto 70 por cento.
Quanto à zona centro, a adesão é de 100%, no Centro Hospitalar de Aveiro, Hospital de Santa Maria da Feira, Hospital de São João da Madeira e Hospital de Águeda.
Na zona sul, a adesão à greve é de 95% no Hospital Amadora Sintra, no Hospital dos Capuchos 79%, no Hospital D. Estefânia 80%, no Hospital S. Francisco Xavier 75%, no Hospital de S. José 80%, no Hospital de Santa Maria 90%, no Hospital de Serpa, no Hospital de Beja, Maternidade Alfredo da Costa e urgência hospitalar Cova da Beira cem por cento.
A greve dos funcionários públicos foi marcada pelas estruturas sindicais do setor como forma de protesto contra novos cortes salariais e de pensões e o aumento do horário de trabalho, entre outras medidas.
A proposta de lei do Orçamento do Estado (OE2014) entregue dia 15 de outubro no Parlamento pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, prevê que seja "aplicada uma redução remuneratória progressiva entre 2,5% e 12%, com caráter transitório, às remunerações mensais superiores a 600 euros de todos os trabalhadores das Administrações Públicas.
O subsídio de Natal dos funcionários públicos e dos aposentados, reformados e pensionistas vai ser pago em duodécimos no próximo ano, segundo a proposta de OE2014, que mantém a aplicação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) sobre as pensões.

SAPO Saúde com Lusa