Subestimar desconfortos no que toca ao aparelho oral pode tornar problemas simples em situações mais complicadas, afetando não só a saúde da boca, mas também o bem-estar geral, pelo que é fundamental estar atento e apostar na prevenção.

“A melhor forma de evitar problemas orais é apostar em bons hábitos diários, como a escovagem e as consultas regulares com o médico dentista, de modo a garantir um sorriso confiante e saudável. Contudo, além da prevenção, é também importante estar constantemente atento a possíveis sinais de que algo pode não estar bem, uma vez que, por vezes, os sintomas de um problema oral podem ser, de certa forma, inesperados”, explica Filipa Gonçalves, Médica Dentista na Malo Clinic Lisboa.

Neste sentido, para garantir a identificação e tratamento precoce de certos problemas orais, a especialista partilha três sinais inesperados:

1. Estalidos ou ruídos na articulação temporomandibular (ATM)

O som de um estalido ou "clique" ao movimentar o maxilar pode parecer inofensivo, mas pode indicar a existência de uma disfunção temporomandibular (DTM). Esta é a articulação que nos permite fazer movimentos essenciais como mastigar, falar, sorrir e até bocejar - sendo que, quando algo não está bem, pode dar sinais. Estes sinais podem estar relacionados ao bruxismo, desalinhamento da mordida ou tensão muscular. Embora nos casos mais leves possa não haver qualquer dor, noutros, se o problema for ignorado, pode surgir dificuldade em mastigar, dores de cabeça e até limitação para abrir ou fechar a boca.

2. Dormir de boca aberta ou acordar com a boca muito seca

Muitas pessoas consideram que respirar pela boca durante o sono é normal, mas pode ter impacto direto na saúde oral. De facto, ao dormir de boca aberta reduz-se a produção de saliva, fundamental para proteger os dentes contra bactérias e ácidos. Além disso, a boca seca ao acordar pode estar associada a apneia do sono, obstrução nasal ou má postura durante o sono. Com o tempo, este hábito aumenta o risco de cáries, gengivite, halitose e infeções orais.

3. Mau hálito persistente 

O mau hálito constante pode ser um sinal de que há algo errado com a saúde oral ou com o sistema gástrico. A halitose é uma condição que impacta negativamente a autoestima, sendo a causa mais comum a acumulação de bactéricas na língua, gengivas e entre os dentes, que formam a placa bacteriana. Contudo, também pode ser sinal de complicações como infeções gengivais, cáries e problemas gástricos. Se o mau hálito persistir, mesmo ao adotar todos os comportamentos recomendados, é importante consultar um especialista.

“Caso surja algum destes sintomas, é importante consultar o médico dentista, de forma a compreender quais as possíveis causas e tratamentos para resolver o problema e garantir o bem-estar e a saúde não só oral, mas também geral. A prevenção e o tratamento precoce são a chave para um sorriso saudável e uma vida mais equilibrada”, conclui Filipa Gonçalves.