As pessoas infetadas com a variante Ómicron têm um risco de internamento hospitalar 75% inferior ao das pessoas infetadas com a variante Delta, de acordo com um estudo realizado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), com a colaboração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), laboratórios Unilabs, Cruz Vermelha Portuguesa e o Algarve Biomedical Center.
"O estudo epidemiológico sobre a pandemia por COVID-19 foi realizado de forma semelhante ao de agências congéneres de Ministérios da Saúde de outros países da União Europeia e revela que, por cada 100 pessoas internadas que estavam infetadas com a variante Delta, só 25 pessoas seriam internadas se tivessem sido infetadas com a variante Ómicron, independentemente da idade, do sexo, do estado vacinal e de se ter tido uma infeção anterior", explica a DGS em comunicado.
O estudo mostra também que as pessoas infetadas com Ómicron têm, em média, internamentos mais curtos e menor risco de morrer. Os detalhes do estudo podem ser consultados na plataforma MedRXiv (https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2022.01.20.22269406v1).
"Os primeiros relatórios de estudos em animais e laboratoriais mostraram que a Ómicron poderia ser menos grave. Esses resultados foram suportados por estudos em humanos realizados no Reino Unido. No entanto, a magnitude da redução do risco de internamento e mortalidade de infeções por Ómicron em comparação com Delta ainda não tinha sido totalmente clarificada", lê-se na nota.
Este estudo agora divulgado, realizado em pessoas residentes em Portugal no mês de dezembro, mostrou resultados encorajadores que suportam os achados de estudos semelhantes realizados em outros países.
"No entanto, a Ómicron está associada a maior capacidade de escapar parcialmente à proteção do esquema vacinal completo e a uma elevada transmissibilidade, traduzida num maior número absoluto de casos, pelo que mesmo com redução de gravidade, pode existir risco de sobrecarga do sistema de saúde", esclarece a DGS.
"Por isso, a Direção-Geral de Saúde continua a recomendar a vacinação de reforço e a testagem regular, de forma a manter os efeitos da pandemia no sistema de saúde controlados", conclui a nota.
A COVID-19 provocou mais de 5,6 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência de notícias France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
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