2 de abril de 2014 - 09h22
Os cidadãos queixam-se cada vez mais dos serviços de saúde públicos. No ano passado, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) recebeu 7522 reclamações relativas a unidades do sector privado e social e 638 contra estabelecimentos do setor público. São cerca de 22 queixas por dia, mas falta ainda conhecer o número de exposições feitas nos livros de reclamações e nos gabinetes do utente dos centros de saúde e hospitais públicos, denúncias essas que são tratadas num sistema coordenado pela Direção-Geral da Saúde.
Os relatórios sobre as reclamações que chegam à Entidade Reguladora da Saúde, e que esta terça-feira foram divulgados, apontam para um ligeiro aumento no número de queixas no setor privado e para uma subida assinalável no setor público em 2013 comparativamente com o ano anterior.
Em 2011, a ERS tinha contabilizado um total de 8399 queixas nas unidades privadas e do setor social, número que baixou para 7503, em 2012,  invertendo a tendência crescente que se verificava desde 2006. 
A maior parte das queixas dizem respeito a unidades privadas (6901), tendo o setor social (misericórdias, etc) motivado um total de 569 reclamações.
Nas unidades públicas, porém, as queixas voltaram a aumentar substancialmente, passando de 407, em 2012, para 638, em 2013. A qualidade da assistência de cuidados de saúde é a principal causa, representando cerca de um terço do total das reclamações. As dificuldades de acesso (20,5%) e falta de qualidade da assistência administrativa (15,4%) são os outros dois principais motivos de queixa.
 Já nos setores privados e social é a qualidade da assistência administrativa que está na base da maior parte das queixas.
Mais de 90% das queixas foram arquivadas, na maior parte dos casos porque se considerou que a situação não era “susceptível de outra atuação que não a já garantida”. 
Nos setores privado e social, apenas 17 (0,4% do total) deram origem a processos de inquérito.

SAPO Saúde