22 de julho de 2013 - 08h01
uase 2800 crianças precisaram, em 2012, do apoio dos serviços sociais do Centro Hospitalar Lisboa Central, que inclui os hospitais D. Estefânia e São José, a maioria por causa de dificuldades económicas.
Em resposta a um pedido da agência Lusa, o Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) revela que, “ao longo dos anos 2011 e 2012, se verificaram muitos casos que necessitaram da intervenção do serviço social”.
Em 2011, o CHCL contabilizou 2492 casos de crianças que precisaram de intervenção, número que aumenta quase 12% em 2012, chegando aos 2789 casos. “Dentro destes valores temos diagnósticos sociais (...) que se podem caracterizar como fruto da crise económica que o país atravessa”, explica o CHLC.
No diagnóstico que é feito, no âmbito de intervenções com doentes menores, o CHLC verificou que 77% dos 2789 casos registados em 2012 tinham que ver com precariedade económica, ou seja, 2149 casos, um aumento de 17% face a 2011, quando verificaram 1834 situações.
Há também um aumento das situações originadas por problemas relacionados com emprego ou desemprego, como indica o CHLC. Os números mostram que, em 2012, houve necessidade de intervenção junto de 1107 crianças, por causa dos problemas de desemprego dos pais, mais 440 casos do que em 2011.
O CHLC registou igualmente 386 casos relacionados com problemas relativos ao sistema de protecção, 327 por causa de problemas relacionados com habitação e outros 316 por causa de confirmação ou suspeita de maus tratos.
À excepção dos dois primeiros, que registaram, respectivamente, um aumento de 13,8% e 11,7%, os maus tratos sofreram uma diminuição de 11,3% face a 2011, quando houve 449 casos de crianças vítimas de maus tratos.
De acordo com os hospitais, os apoios internos dados a estas crianças têm normalmente que ver com alimentação, compra de medicação, transportes para garantir consultas ou tratamentos, roupa ou brinquedos. O CHLC garante não ter verificado qualquer episódio de abandono por parte dos pais, por não terem como cuidar da criança.
Acrescenta que o serviço social só intervém em casos seguidos clinicamente e que em todas as situações, “sempre que se justifique, é dado encaminhamento para as estruturas locais da Segurança Social ou da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) ou serviços de acção social escolar”.
Lusa