As ações de formação são a materialização dos estudos de doutoramento e pós-doutoramento de Ricardo Pocinho, que, nas suas investigações, observou que as atividades "de envelhecimento ativo são receitadas a quem já é ativo", considerando ser necessário promover ferramentas e atividades junto de outra parte da população idosa.

A iniciativa pretende dotar "os formandos com ferramentas que possam utilizar nos seus locais de trabalho", sem serem necessários muitos recursos, e que podem ser aplicadas quer em lares ou centros de dia, quer em projetos de voluntariado, disse à agência Lusa Ricardo Pocinho.

Na formação, serão ensinados "jogos de motricidade, pequenos movimentos que podem ser ministrados a pessoas com dificuldade de mobilidade, plataformas eletrónicas e informáticas para estímulo cognitivo", entre outras atividades.

"As pessoas que já fazem alguma atividade são as que têm mobilidade, recursos financeiros e vivem em centros mais urbanos e esquecemo-nos dos outros, que não têm acesso" a atividades de envelhecimento ativo, sublinhou o investigador especializado na área da gerontologia.

Com o curso, pretende-se preencher esse vazio, explanou.

A formação, de oito horas, tem como público-alvo os técnicos "a trabalhar na área do envelhecimento, estudantes de cursos técnico-profissionais e de licenciaturas de áreas como a psicologia ou serviço social", avançou Vitor Anjos, Presidente da APCP.

"Não existe, a nível nacional, formação [deste tipo] às populações", frisou.

Segundo Vitor Anjos, a formação está já marcada para Lousã, Coimbra, Góis, Vila Nova da Barquinha, Aveiro e Covilhã, podendo haver mais cidades presentes no projeto como Viseu, Barcelos, Amarante ou Albufeira.

O projeto vai decorrer até ao final deste ano civil, sendo que depois poderá ser lançado um segundo módulo, com uma formação mais extensa, informou.