Vários grupos privados de saúde de Lisboa mostraram-se indisponíveis para tratar doentes com COVID-19 do Serviço Nacional de Saúde (SNS), porque pretendem dar prioridade à sua atividade programada. A informação foi avançada pelo presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Pisco, após uma reunião com o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) que decorreu na quarta-feira, escreve o Jornal de Notícias.
O mesmo jornal refere que fonte da APHP rejeita "soluções avulsas" para os problemas do SNS.
No entanto, a 27 de outubro, o presidente da APHP, Óscar Gaspar, reiterou a disponibilidade dos hospitais privados em dar resposta à pandemia da COVID-19 e a outras doenças, realçando a "relação inexistente" com o Governo. Óscar Gaspar falava aos jornalistas, no Palácio Belém, em Lisboa, após uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que a auscultava o setor da saúde face ao agravamento da pandemia no país.
O dirigente da APHP disse "reiterar a disponibilidade" dos hospitais privados na "resposta aos problemas da COVID-19" e às restantes "necessidades de saúde", defendendo que "os portugueses precisam de uma resposta mais ampla", envolvendo os setores público e privado, e que essa "colaboração era eficaz".
Segundo Óscar Gaspar, o plano apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para o outono-inverno apresenta "falhas", uma vez que dá "ênfase ao setor público".
Na segunda-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que os doentes não-COVID-19 que vejam consultas, exames ou cirurgias no SNS serem desmarcados face ao agravamento da pandemia serão encaminhados para os setores privado e social.
A pandemia de COVID-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.395 pessoas dos 128.392 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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