O primeiro estudo epidemiológico sobre a anemia em Portugal, problema que se estima atingir uma em cada quatro pessoas, arranca em janeiro e vai ser realizado por profissionais de saúde, que consideram que esta é uma doença subvalorizada.

Este estudo deverá estar terminado entre março e abril e as suas conclusões divulgadas em maio, disse à Lusa o imuno-hemoterapeuta Robalo Nunes.

O trabalho vai ser realizado por uma equipa multidisciplinar, de médicos de várias especialidades, que se vai constituir na quarta-feira como a primeira Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia.

“Esta associação vai estudar a vertente diagnóstica e terapêutica da anemia e lançar alertas sobre sintomas, dimensão e repercussão da doença, quer para a população, quer para os profissionais de saúde, que muitas vezes tendem a subvalorizar a anemia”, explicou Robalo Nunes, presidente desta associação.

A primeira grande atividade deste grupo de trabalho vai ser a realização do estudo, para perceber a verdadeira dimensão da anemia em Portugal.

“Não há estudos nacionais sobre esta doença. Importamos dados de estudos internacionais, e estes números indicam que cerca de 25% da população mundial sofre de alguma forma de anemia”, disse, acrescentando que o estudo em Portugal vai revelar não só a sua exata prevalência, mas também as assimetrias regionais.

As duas grandes causas de anemia são: carencial, por deficiência de algum tipo de nutriente, como o ferro, ou por doenças crónicas, como as oncológicas e as cardíacas.

O médico alerta que o cansaço é o principal sintoma da anemia, o que faz com que as pessoas tendam a arranjar qualquer outro motivo que justifique esse estado de fraqueza, não admitindo a possibilidade de estar doente.

No entanto, para além do cansaço, podem verificar-se alterações de humor, insónias, palidez, queda de cabelo, unhas frágeis e fraca apetência sexual.

4 de dezembro de 2012

@Lusa