“Não temos medo de resolver os problemas, estamos atentos a todas as preocupações”, afirmou Nyusi, que falava na quarta-feira com o pessoal de saúde na província de Niassa, norte de Moçambique.

O chefe de Estado moçambicano considerou normais as anomalias que estão a ser detetadas na implementação da TSU e enfatizou o empenho do executivo na correção das deficiências do processo.

“Num processo como este, surgem problemas, mas não se assustem”, salientou Filipe Nyusi.

A nova matriz salarial, prosseguiu, visa corrigir injustiças salariais persistentes na Função Pública, caracterizadas por diferenças salariais entre funcionários da mesma categoria profissional.

“Há muitos anos que não se trabalhava nas situações em que há os que recebem mais num setor e menos noutros”, frisou.

Através de uma nota que emitiu no dia 28 de outubro, a Associação Médica de Moçambique ameaçou realizar uma greve nacional para contestar irregularidades no seu enquadramento na TSU, aprovada este mês pelo parlamento.

“A greve terá a duração de 21 dias prorrogáveis, com início às 07:00 do dia 07 de novembro”, referiu a Associação Médica de Moçambique, um dia após uma reunião nacional da classe que juntou médicos de todo o país.

Em cartas divulgadas nos meios de comunicação social, grupos de professores também ameaçam paralisar a atividade e boicotar os exames que vão começar nas próximas semanas, queixando-se de erros na integração nos novos escalões salariais no Estado.

Na manhã de quarta-feira, dezenas de funcionários do Ministério da Economia e Finanças de Moçambique concentraram-se em frente à sede da instituição em Maputo, em protesto contra erros de enquadramento no novo escalão salarial em vigor no Estado.

Os funcionários dispersaram algumas horas depois, ainda no período da manhã, de forma espontânea, perante o olhar atento de elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e da Polícia de Proteção.

Na sequência dessas ações das classes profissionais, o Ministério da Economia e Finanças convocou uma conferência de imprensa para assegurar que foi criada uma comissão, com um mandato de um ano, para o atendimento, num prazo de 15 dias, de cada reclamação dos funcionários públicos sobre a nova tabela salarial, alertando para os prejuízos de greves no Estado.

“A comissão tem um mandato de um ano” e “ela tem um prazo de 15 dias para dirimir potenciais reclamações que a ela sejam remetidas”, afirmou o vice-ministro da Economia e Finanças, Amílcar Tivane.