“Amanhã [hoje] terá uma portaria. Não é o fechamento total, o tráfego de mercadorias vai continuar a acontecer. Se você fecha o tráfego com a Venezuela, a economia de Roraima desanda e, em parte, a da Venezuela também. Não temos como tomar medidas radicais, não vai dar certo”, afirmou Jair Bolsonaro à imprensa, à entrada do Palácio da Alvorada, residência oficial em Brasília.

O chefe de Estado acrescentou que a portaria deverá ser publicada durante o dia de hoje, no Diário Oficial da União.

“Alguns acham que as palavras ‘fechar fronteiras’ são palavras mágicas. Se tivéssemos o poder de fechar a fronteira como muitos pensam, não teria entrada de armas e droga no Brasil. Nós temos 17 mil quilómetros de fronteiras”, salientou.

O Governo venezuelano elevou para 36 o número de casos confirmados de COVID-19 no país, na terça-feira, dia em que foi anunciada a restrição de todos os voos nacionais e internacionais.

O mandatário brasileiro voltou a dizer que “não pode haver histeria” em relação ao novo coronavírus.

“Não pode haver histeria, é isso o que sempre preguei. Se for para a histeria, fica todo mundo maluco. As consequências serão as piores possíveis. Em alguns países já têm saques acontecendo, isso pode vir para o Brasil”, frisou Bolsonaro.

“Agora, há uma certa histeria. Como se fechar fronteira resolvesse o problema. Alguns querem que fechemos os aeroportos. Nós não sabemos as consequências disso tudo”, acrescentou.

O Brasil tem 291 casos confirmados do novo coronavírus e está a monitorizar 8.819 casos suspeitos, após ter sido anunciada na terça-feira a primeira morte causada pela COVID-19 no país, informou o Ministério da Saúde.

São Paulo continua a ser o estado mais afetado pela COVID-19, com 164 infetados, seguindo-se o Rio de Janeiro com 33 casos confirmados.

Estes são também os únicos estados brasileiros que registam casos de transmissão comunitária, que é quando há uma maior difusão do vírus e as autoridades de saúde já não conseguem identificar a trajetória de infeção.

O coronavírus responsável pela pandemia da COVID-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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