Os investimentos nacionais para aumentar a reciclagem não estão a ter os resultados que deviam, alerta a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no seu relatório anual sobre resíduos urbanos que diz que as metas definidas dificilmente serão atingidas.

15 números que assustam: o que não acaba no lixo acaba no mar
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Os portugueses estão há quatro anos seguidos a produzir mais lixo (+2% em 2017), mas o maior problema é que, invertendo uma tendência com vários anos, diminuíram os resíduos recicláveis recuperados: menos cerca de 50 mil toneladas numa descida de 9%.

O relatório fala mesmo numa "significativa diminuição" destes números fruto da queda na seleção do lixo pelos portugueses, mas também pela seleção mecânica nos centros de tratamento, escreve a TSF.

A seleção de resíduos feita diretamente pelos portugueses e empresas também caiu de 11% para 10% do total de lixo produzido no país.

Por outro lado, aumentaram, em 2017, os resíduos depositados em aterro, numa "inversão na tendência de decréscimo que poderá comprometer os objetivos definidos" para 2020 no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos.

Cada português produz em média 40 quilos de resíduos por mês e, por ano, o país tem mais quase cinco milhões de toneladas de resíduos, o peso de três pontes Vasco da Gama, segundo dados de instituições do setor.

Os números fazem parte de um vídeo da responsabilidade de três entidades ligadas aos resíduos e que agora começa a ser divulgado, chamando a atenção para o facto de apenas se reciclarem 10% dos resíduos.

No vídeo diz-se que cada português produz 473 quilos de lixo por ano e também que, se as pessoas reciclarem “tudo” e “sempre”, podem contribuir, individualmente, para o reaproveitamento de cem quilos de produtos.

Recolher e tratar os resíduos custa 755 milhões de euros por ano, o equivalente a mais de 75 euros por cada cidadão, pelo que, afirma-se, quanto mais se reciclar menos pesada é a contribuição de cada um.

Com o título “Reciclar é agora”, o vídeo de menos de dois minutos pretende sensibilizar para a necessidade de separar e reciclar as embalagens usadas, mostrando os impactos a nível ambiental, social e económico, e afirmando que é possível, com a reciclagem, separando “todas as embalagens, sempre e em qualquer lugar”, proteger o ambiente e dinamizar a economia.