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Adesivo não-tóxico adere ao tecido e é capaz de resistir à constante pressão do órgão
13 de janeiro de 2013 - 15h40
Os cientistas portugueses Maria José Pereira e Lino Ferreira são coautores de um artigo, publicado na última edição da revista científica Science Translational Medicine, sobre a descoberta de um adesivo que permite reparar mais facilmente defeitos cardiovasculares.
"Quando os adesivos são colocados nas paredes dum coração em batimento, eles continuam firmemente fixos independentemente da forte pressão que o sangue exerce no coração e vasos sanguíneos", explica Maria José Pereira.
A cientista, doutorada do Programa MIT Portugal, desenvolveu a investigação com Lino Ferreira, do Centro de Neurociências e Biologia Celular, e outros investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), da Harvard Medical School e do Brigham and Women's Hospital.
O estudo provou a eficácia de um adesivo não-tóxico que adere fortemente ao tecido e é capaz de resistir à constante pressão exercida num órgão, como o coração, em presença de sangue.
O novo método poderá ser usado para reparar defeitos do septo cardíaco, um problema presente em seis bebés a cada mil nascimentos.
Atualmente, reparar estes defeitos implica uma intervenção cirúrgica invasiva nos primeiros meses de vida.
A maior vantagem deste método é a sua natureza não-invasiva, visto que o adesivo é inserido através de um pequeno cateter no local apropriado e ativado por luz.
Em comunicado, o MIT Portugal explica que "a aplicação dum adesivo formado por um novo biomaterial irá simplificar consideravelmente o processo, melhorar os seus resultados e diminuir a invasão cirúrgica."
Maria José Pereira, primeira coautora do artigo, participou na investigação nos Estados Unidos através do Programa MIT Portugal, uma iniciativa que estimula a colaboração entre universidades, centros de investigação e empresas portuguesas e este prestigiado estabelecimento de ensino norte-americano.
SAPO Saúde com agências
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