Em comunicado, a ARS/Algarve sustentou que a reabertura do serviço “vai melhorar a acessibilidade, a qualidade e a rapidez no atendimento para as pessoas com doença mental na região do Barlavento algarvio, ao mesmo tempo que reduzirá o fluxo de doentes” para a urgência daquela especialidade no hospital de Faro.
“Ao mesmo tempo que reduzirá a afluência ao serviço no Hospital de Faro, evitará a transferência de pacientes para outros hospitais fora da região”, destacou à agência Lusa fonte da ARS/Algarve.
A decisão de encerrar os serviços da urgência de psiquiatria, otorrino, oftalmologia, medicina cirúrgica, pediatria e gastroenterologia do Hospital de Portimão foi anunciada em 2013, na sequência da reestruturação do então recém-criado Centro Hospitalar do Algarve (CHA), entidade gestora dos três hospitais públicos da região - Portimão, Lagos e Faro -, e atualmente designado como Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA).
Protestos e providência cautelar
O anúncio do encerramento daqueles serviços de urgência motivou uma onda de protestos dos autarcas de vários concelhos algarvios, tendo a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes (PS), avançado com uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Loulé, para impedir o fecho.
O tribunal deu razão à autarca e decidiu que o conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve, então presidido pelo médico Pedro Nunes, estava obrigado a repor os serviços encerrados, tendo o CHA recorrido da decisão judicial e ganhado a ação em 2017, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
De acordo com a ARS/Algarve, o serviço de urgência de psiquiatria entrou novamente em funcionamento em Portimão, na passada terça-feira, proporcionando um aumento dos recursos e da qualidade nos cuidados de saúde primários na área da saúde mental e da psiquiatria.
“Em conjunto com o Centro Hospitalar Universitário do Algarve e os serviços do seu departamento de psiquiatria e saúde mental, têm vindo a aumentar os recursos, tendo quase duplicado o número de médicos psiquiatras em poucos anos e, ao mesmo tempo, incrementado o número de jovens médicos em formação na especialidade”, sublinhou no comunicado a entidade gestora da saúde pública na região.
A ARS/Algarve indicou que a reativação desta valência no serviço de urgência “vem no seguimento da implementação de consultas de saúde mental comunitária também nos centros de saúde na zona do Barlavento, permitindo aos adultos recorrerem a consultas de psiquiatria e psicologia mais perto da sua residência, no âmbito do SNS +Proximidade”.
“Desta forma, com serviços de qualidade e proximidade, evitam-se muitas deslocações desnecessárias de utentes, entidades policiais e ambulâncias entre zonas do Algarve”, sustentou.
As consultas de saúde mental comunitária são realizadas nos três agrupamentos de centros de Saúde da região, sendo os utentes referenciados pelos serviços hospitalares ou pelo médico de família para a equipa de saúde mental comunitária no centro de saúde, “evitando-se desta forma uma deslocação ao hospital”.
Comentários