Os resultados deste estudo promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) indicam que a seroprevalência total foi mais elevada no grupo etário entre os 20 e os 29 anos (98,6%) e na região Norte (96,8%), embora aumentos semelhantes tenham sido observados em todos os grupos etários acima dos 20 anos, inclusive no grupo etário acima dos 70 anos, no qual a seroprevalência estimada foi de 97,2%.

Os grupos etários abaixo dos 10 anos foram aqueles onde se observaram seroprevalências mais reduzidas (76,2% entre os 0-4 anos e 78,7% entre os 5-9 anos), sendo, no entanto, abaixo dos 20 anos que se observou um maior aumento da seroprevalência em relação à 3ª fase do ISN COVID-19, valores que traduzem, sobretudo, a elevada incidência de COVID-19 na população infantil, em especial durante a vaga Omicron, em janeiro de 2022.

Os níveis de anticorpos foram mais elevados no grupo etário dos 50-59 anos e mais baixos nos grupos abaixo dos 10 anos de idade, o que indica que os indivíduos, simultaneamente, vacinados e que tiveram uma infeção por SARS-CoV-2 se mantêm como aqueles com níveis mais elevados de anticorpos, tal como se observou na segunda e terceira fases do ISN COVID-19.

Em relação às regiões de saúde, o Algarve mantém-se a região com menor seroprevalência (91,7%), provavelmente relacionada com menor cobertura vacinal na região, e a região Norte como aquela em que se observou uma seroprevalência mais elevada.

Os resultados obtidos na 4ª fase do ISN COVID-19 corroboram as atuais recomendações de vacinação em Portugal, isto é, a necessidade de cumprir os esquemas vacinais em todas as idades e independentemente de ocorrência de infeção anterior e a realização de segunda dose de reforço nos grupos mais velhos e vulneráveis.

Coordenado e desenvolvido pelos departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas do INSA, em parceria com a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos, Associação Portuguesa de Analistas Clínicos e com 36 Unidades do Serviço Nacional de Saúde, a 4.ª fase do ISN COVID-19 analisou uma amostra de 3.825 remanescentes de soros de indivíduos de todas as idades, que realizaram colheitas de sangue, entre 27 de abril e 8 de junho de 2022, numa rede de laboratórios clínicos e hospitais, previamente selecionados e distribuídos por todo o país.

Este estudo permitiu dar continuidade ao terceiro ISN COVID-19, realizado entre 28 de setembro e 19 de novembro de 2021, e que estimou uma seroprevalência global de 86,4% na população residente em Portugal. O relatório de apresentação dos resultados da 4.ª fase do ISN COVID-19 pode ser consultado em http://repositorio.insa.pt/handle/10400.18/8255.